Os preços dos contratos futuros dos metais básicos fecharam em queda acentuada, pressionados pela aversão ao risco que tomou conta dos mercados financeiros após o Japão elevar o grau de seriedade do acidente nuclear na usina Daiichi, em Fukushima, de cinco para sete - o mais grave na escala internacional.
"Os mercados ficaram agitados com o aumento no nível de severidade do acidente para o mesmo grau de Chernobyl", disse o analista Nicholas Snowdon, do Barclays Capital.
O declínio dos preços foi acentuado pelo disparo de ordens de venda automáticas, segundo um operador de Londres. "Quando os mercados de ações estão sob pressão, também há pressão sobre os metais básicos e, por tabela, sobre os metais preciosos, porque as pessoas começam a reduzir sua exposição ao risco", acrescentou.
Na rodada livre de negócios (kerb) da tarde da London Metal Exchange (LME), o contrato do cobre para três meses fechou em baixa de US$ 233,00, ou 2,36%, a US$ 9.622,00 por tonelada. Na Comex, divisão de metais da New York Mercantile Exchange (Nymex), o contrato do cobre para maio caiu US$ 0,0765, ou 1,72%, para US$ 4,3835 por libra-peso.
Entre outros metais básicos negociados na LME, o contrato do chumbo para três meses fechou em queda de US$ 125,00, a US$ 2.725,00 por tonelada, enquanto o contrato do zinco recuou US$ 76,00, para US$ 2.469,00 por tonelada. O contrato do alumínio caiu US$ 30,00, para US$ 2.659,00 por tonelada. O contrato do níquel perdeu US$ 1.005,00 e encerrou a sessão a US$ 26.700,00 por tonelada. O contrato do estanho fechou em baixa de US$ 790,00, a US$ 32.500,00 por tonelada.
No segmento dos metais preciosos, o contrato do ouro para junho negociado na Comex caiu US$ 14,50, ou 0,99%, para US$ 1.453,60 por onça-troy, pressionado pela realização de lucros. "A pressão sobre os preços do petróleo e a fraqueza de outras commodities estão de certa forma limitando a demanda dos investidores por ouro", disse Stephen Platt, analista da Archer Financial Services.
Recentemente, o volume de investimentos especulativos em commodities aumentou por causa das tensões políticas nos países árabes e do terremoto que atingiu o Japão. O mercado buscou ativos tangíveis, considerados reservas de valor em momentos de crise, e o ouro foi particularmente beneficiado por esse movimento, atingindo novas máximas históricas de preço.
Hoje, no entanto, os mercados de commodities sofreram uma onda de vendas e alguns investidores começaram a questionar se os avanços registrados até então são justificáveis no curto prazo. "Tudo o que você precisa é uma derrapada no movimento de alta para as pessoas começarem a pensar em realizar lucros", acrescentou Platt. As informações são da Dow Jones.