As taxas de administração dos fundos de investimento, inclusive os de varejo, apresentam uma trajetória "generalizada" de queda, na avaliação do vice-presidente da Associação Nacional dos Bancos de Investimento (Anbid), Marcelo Giufrida. Ele creditou esse movimento, principalmente, ao crescimento da indústria de fundos, que permite aos administradores trabalhar com custos menores. Para o executivo, fatores como as taxas de juros em queda e o fim da cobrança de CPMF para aplicações anteriores a outubro de 2004, que passaram a transitar pela conta investimento, contribuem, mas não explicam, por si só, uma expectativa maior de queda. "Basta lembrar que os fundos que mais apresentam captação são aqueles que, historicamente, cobram as maiores taxas, como os multimercados", ressaltou. A média das taxas de administração do setor situa-se, atualmente, abaixo de 1% ao ano, enquanto a dos multimercados está entre 1% e 2%, segundo Giufrida. Ele reconhece, porém, que esses números são distorcidos pelos portfólios exclusivos e os voltados a investidores qualificados (que exigem aplicação mínima superior à de outros fundos). Ou seja, os fundos destinados ao público de varejo apresentam porcentuais bem maiores que essas taxas médias. Na visão do vice-presidente da Anbid, a velocidade de redução dessa queda dependerá muito mais do grau de concorrência no mercado. Com relação ao processo de decisão de alocação de recursos por parte do investidor, ele considera que o retorno obtido pelos gestores passará a ter peso maior do que os valores cobrados. "De nada adianta uma taxa de administração menor se a qualidade de gestão for ruim", observou. Para ele, os custos se mostram mais importantes nos fundos passivos, que procuram acompanhar um determinado indicador de mercado, como o Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo. "Nesse caso, a comparação geralmente é favorável àqueles que possuem taxas mais baixas." Giufrida disse ainda que a Anbid prepara um estudo mais detalhado sobre o assunto, o qual trará, inclusive, uma comparação com os mercados internacionais.