O varejo virtual deve crescer 41,4% este ano, para R$ 14 bilhões, segundo estudo da Lafis Consultoria. "Houve uma melhora no cenário econômico interno, ao mesmo tempo em que ocorre uma desmistificação da compra online e do uso do cartão de crédito na rede", afirmou Bruno Leite, analista da Lafis. Ano passado, o aumento foi de 32%, atingindo R$ 9,89 bilhões, de acordo com o índice medido pela e-Consulting e pela Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (Câmara-e.net). O número inclui automóveis, turismo e leilões. A Americanas.com, maior varejista da internet, registrou receita bruta de R$ 316,4 milhões no primeiro trimestre, um crescimento de 110% sobre o mesmo período de 2005. O Submarino, segundo maior, teve um aumento de 56% na receita bruta, para R$ 154,7 milhões. "O varejo online no Brasil ainda é muito baixo", disse Leite. "Ele corresponde a 0,6% do que é movimentado no mundo, enquanto o comércio eletrônico entre empresas no País responde por 2,6% do total mundial." De olho no potencial do mercado varejista, o HSBC prepara o lançamento de um sistema de pagamento de compras pelo celular, chamado M-Ca$h. O projeto-piloto, com seus 27 mil funcionários, começou no último dia 10 e vai até 31 de julho. "Queremos atender os consumidores que hoje imprimem boleto ao fazer compras pela internet ou que sentem insegurança total", afirmou Arno Brandes, executivo sênior de Novas Tecnologias do HSBC. O serviço funciona com qualquer modelo de celular, mesmo pré-pago, de qualquer operadora. O cliente entra no site do banco, cadastra o número do celular e uma senha e define o limite de pagamentos pelo aparelho, de até R$ 1 mil por dia. Depois, é só fornecer o número do celular na hora de pagar a compra. Ele recebe um telefonema comum, de uma máquina de atendimento automático, que pede a senha. "Ninguém consegue autorizar o serviço sem o telefone e sem a senha", explicou Brandes. No piloto, o serviço começou com a Americanas.com, Shoptime (que pertence à Americanas.com) e Saks.com. Em agosto, o serviço deve ser oferecido à base de clientes com novas lojas participantes. "Até o fim do ano, queremos ter também grandes redes físicas como parceiros", disse o executivo do HSBC, acrescentando que, na sua visão, 120 mil das 250 mil empresas que são clientes do banco têm potencial para adotar o celular como meio de pagamento. A Fnac elegeu a loja virtual como prioridade de crescimento no Brasil este ano. "Hoje, o site fatura menos que qualquer uma das seis lojas físicas", afirmou Jerome Pays, diretor da Fnac.com.br. "Ano que vem, o objetivo é que ele se torne o maior faturamento no País." A internet corresponde a cerca de 10% das vendas da subsidiária brasileira. Em 2007, deve chegar a 20% ou 25%. "O mercado está maduro", explicou Pays, referindo-se aos concorrentes locais. "Este é um sinal importante para uma multinacional. Existem 70 milhões de brasileiros com poder aquisitivo que ainda não compraram pela internet." A Fnac.com.br existe desde 1999. No começo, vendia somente livros. O site começou a diversificar no ano passado e deve ser usado para testar novas linhas de produtos. "Ele tem livros que não estão no estoque na rede", disse Pays. "O site serve como uma vitrine das lojas físicas, principalmente nas cidades onde ainda não estamos presentes." O comércio eletrônico entre empresas deve crescer 32,7% este ano, para R$ 355 bilhões, de acordo com a Lafis. A projeção tem como base o índice calculado pela e-Consulting e pela Câmara-e.net. "Nesta área, existe pouca resistência, principalmente entre as grandes empresas", afirmou Bruno Leite. Para 2006, a Lafis projeta aumento de 16,4% no total de usuários residenciais ativos (que usam a rede pelo menos uma vez por mês), atingindo 13,5 milhões. Ano passado, segundo o Ibope NetRatings, eram 11,6 milhões. "As vendas de computadores estão aquecidas desde o ano passado", apontou Leite. "Houve apreciação do real e redução de impostos federais, o que levou a uma queda de mais de 25% no preço."