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Milho, algodão e feijão melhoram em setembro e indicam safra recorde

Levantamento sobre safra feito pelo IBGE mostra previsão recorde de produção de grãos em 2015

Atualização:
Estimativa do milho de segunda safra recebeu um reforço de 738,7 mil toneladas entre agosto e setembro Foto: Celso Junior/Estadão

RIO - O milho de segunda safra foi mais uma vez o protagonista do aumento na estimativa de produção de grãos no País em setembro. Mas outras culturas contribuíram no mesmo sentido, como o algodão e o feijão de terceira safra. Com isso, o Levantamento Sistemático de Produção Agrícola (LSPA) de setembro apontou uma colheita de 210,4 milhões de toneladas em 2015, volume recorde em todas as edições da pesquisa, realizada desde 1975 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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A estimativa do milho de segunda safra recebeu um reforço de 738,7 mil toneladas entre agosto e setembro. Metade desse incremento partiu de Mato Grosso, o maior produtor. Condições climáticas favoráveis estenderam a colheita e melhoraram o rendimento do grão, ajudando a colocar a "safrinha" como responsável por quase dois terços de toda a produção de milho do País. Serão 55,364 milhões de toneladas de milho de segunda safra, 13,9% a mais do que no ano passado.

No caso do algodão, a boa produção da segunda safra do caroço é que tem beneficiado as estimativas de colheita. Em relação a agosto, o volume avançou 2,5%, a 4,126 milhões de toneladas, puxada por Mato Grosso, maior produtor. "A safrinha de algodão, plantada depois da soja, teve boa produção", notou Mauro Andreazzi, gerente da pesquisa. Mesmo assim, a cultura apresenta recuo de 3,8% em relação ao ano passado, por causa da redução da área plantada. "As chuvas em Mato Grosso chegaram mais tarde. Os produtores acharam arriscado plantar o algodão e optaram pelo milho", explicou.

Já o feijão de terceira safra foi beneficiado por expansões da área plantada e do rendimento em Goiás, o segundo maior produtor da cultura. Com isso, a estimativa de colheita do grão avançou 1,0% em setembro ante agosto. Mesmo assim, as 449 mil toneladas são 4,5% menores do que o obtido no ano passado, apontou o IBGE.

Embora não contabilizados na estatística da safra, as plantações de cebola, mandioca e cana-de-açúcar também melhoraram seu desempenho entre agosto e setembro, segundo o órgão. No caso da cebola, o avanço foi de 3,9%, para 1,681 milhão de tonelada. "Isso deve contribuir para a queda no preço", disse Andreazzi. A melhora foi puxada por Santa Catarina, líder na produção, onde a colheita foi estimada em 5,2% a mais do que em agosto. "As boas condições do campo favoreceram o rendimento médio", afirmou o gerente. Minas Gerais, por sua vez, expandiu a área de plantio.

A mandioca, por sua vez, deve ter produção de 23,531 milhões de toneladas este ano, 1,7% a mais do que no ano passado e incremento de 1,0% sobre a projeção de agosto. Segundo Andreazzi, os produtores paranaenses, líderes no País, decidiram colher uma área maior, já que o preço da raiz está menos competitivo do que em anos anteriores. "Com a terra livre, eles podem plantar outra cultura mais rentável", disse.

Já a estimativa de produção da cana-de-açúcar cresceu 0,4% entre agosto e setembro, puxada por Goiás, que elevou sua expectativa de colheita em 3 milhões de toneladas. Com isso, o volume produzido no País deve chegar a 708,4 milhões de toneladas este ano. São Paulo, o maior produtor, não alterou as informações de safra.

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