A Bolívia anunciou que indenizará, em parte, a nacionalização das refinarias da Petrobras. A informação foi confirmada nesta segunda-feira pelo ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Carlos Villegas, depois de encontro reservado com o ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau. Villegas admitiu que o governo do seu país indenizará a Petrobras pela nacionalização de 51% das ações de suas duas refinarias na Bolívia. Segundo o ministro boliviano, o governo boliviano abrirá licitação para contratar uma consultoria para arbitrar o valor das refinarias. Esse trabalho deverá ser concluído até o início de fevereiro. Antes desse prazo, na primeira semana de janeiro, o governo boliviano vai retomar as suas negociações sobre o tema com a Petrobras. Ao ser questionado se havia tratado com Rondeau do reajuste de preços do gás exportado ao Brasil, Villegas afirmou que foi tratado apenas do caso das exportações feitas a Cuiabá e que dizem respeito a um acordo privado entre a Repsol, da Bolívia, e o consórcio Shell e Prisma, no Brasil. O gás exportado nessa operação é vendido a US$ 1,09 por milhão de BTU. O volume exportado é de 1,3 milhão de metros cúbicos ao dia, mas tem um calendário de aumento progressivo. De acordo com Villegas, essas negociações devem ocorrer na próxima quinta-feira, em Santa Cruz de La Sierra. Ele explicou que há grande urgência da Bolívia em concluir essa negociações, porque a partir de 1º de janeiro a estatal Yqacimientos Petrolíferos Fiscales de Bolívia (YPFP) vai adquirir o monopólio completo do setor. Segundo Villegas o preço médio do gás exportado para a Petrobras é de US$ 4,08 por milhão de BTU, mas essa questão não entrou na discussão, hoje. O governo boliviano já sinalizou que pretende elevar o preço para US$ 5,00 por milhão de BTU. As conversas do ministro Villegas com autoridades brasileiras deverão prosseguir às 15 horas, no Itamaraty.
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