O ministro da Economia do Uruguai, Alejandro Atchugarry, pediu para que seus compatriotas ajam com "tranqüilidade" durante a reabertura hoje das instituições bancárias do país. Em uma entrevista coletiva improvisada na noite de ontem, Atchugarry recomendou que os uruguaios não tenham pressa e que adiem parte das transações bancárias para os próximos dias porque "o banco que abrir suas portas seguirá aberto". A mensagem do ministro se seguiu ao anúncio de liberação de um empréstimo de emergência de US$ 1,5 bilhão pelos EUA. Os recursos servirão para ajudar o país a enfrentar uma crise econômica que forçou o fechamento dos bancos locais na terça-feira da semana passada para conter a fuga de ativos da reserva do Banco Central do Uruguai. A ajuda dos EUA é um empréstimo-ponte a ser resgatado no prazo de alguns dias, assim que o Uruguai receber um novo pacote de empréstimos do Fundo Monetário Internacional. O apoio ocorreu após o Congresso uruguaio aprovar a lei de estabilidade do sistema bancário, que reprogramou em três anos as devoluções dos depósitos em prazo fixo em dólares. A lei, sancionada após uma sessão extraordinária, prevê que os bancos estatais República e Hipotecário devolverão 25% dos depósitos em prazo fixo em um ano, 35% em dois anos e os 40% restantes em três anos. Esse reescalonamento é válido para depósitos que superem US$ 2 mil. Atchugarry revelou ainda que a suspensão das atividades do Banco Comercial, a principal instituição privada do país, foi determinada a pedido dos sócios do governo nessa entidade, J.P.Morgan Chase, Credit Suisse First Boston e Dresdner Bank Latinamérica, que não responderam às necessidades de capitalização do banco. O mesmo aconteceu com o Banco de Crédito, cujo controle acionário está dividido entre o Estado uruguaio (51%) e o grupo Grupo Moon, do reverendo coreano Sun Myung Moon.