Multinacionais e empreiteiras atuam pela quebra do monopólio

Associação já preparou uma emenda para propor o fim da ação exclusiva estatal na construção e operação das usinas

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Por Redação
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As empresas multinacionais que atuam na área de geração de energia e as grandes empreiteiras nacionais são as principais aliadas na tentativa de quebrar o monopólio estatal na área de construção e operação das novas usinas nucleares. "O interesse é muito grande", informou Antonio Muller, presidente da Associação Brasileira para o Desenvolvimento das Atividades Nucleares (Abdan), da qual algumas dessas grandes empresas são sócias. A associação preparou uma nova proposta de emenda constitucional, que deverá ser submetida ao Congresso no início da nova legislatura. Além de quebrar o monopólio estatal na construção e operação de centrais nucleares, a proposta, já submetida informalmente ao governo, prevê retirar do Congresso Nacional a palavra final sobre a localização das usinas nucleares. De acordo com a proposta da entidade, a escolha do lugar para a instalação das novas usinas poderia ser feita mediante decreto presidencial. Isso não estava previsto na proposta de emenda constitucional de quebra do monopólio que já tramita no Congresso, com o apoio de um parecer do Ministério de Minas e Energia. Muller explica o porquê do interesse de grandes empresas no setor nuclear. A perspectiva para o segmento é de longo prazo, de ampliação de negócios na área de energia. De acordo com o presidente da Abdan, a partir de 2035 não haverá mais novas grandes hidrelétricas a serem construídas no País. "O pessoal vê que o futuro da geração de energia é de base nuclear", argumentou. Mudança. A entidade propõe que as novas quatro usinas nucleares projetadas para entrar em operação até 2030 já sejam objeto de concessão à iniciativa privada. "Se não fosse o monopólio, ia acontecer com a área nuclear o que já acontece com as usinas hidrelétricas, com a diferença de que o negócio não depende de São Pedro", afirmou Muller. Atualmente, há 53 usinas nucleares em construção no mundo, num mercado em expansão, estimulado pela opção de fontes mais limpas de geração de energia.

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