O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, afirmou ontem que o país não caminha para uma recessão, mas sofre uma expressiva desaceleração, como mostraram os dados relativos ao Produto Interno Bruto (PIB) do último trimestre do ano passado. ''''Não há dúvida de que a economia desacelerou'''', afirmou, durante entrevista concedida na Casa Branca. ''''Acho, porém, que não vamos para uma recessão'''', ressaltou. O Departamento de Comércio americano informou ontem que a economia cresceu 0,6% no último trimestre do ano passado. O número é a primeira revisão da estimativa de expansão do PIB. O dado original também apontou um crescimento de 0,6%. No terceiro trimestre, a alta foi de 4,9%. O departamento, após a revisão dos cálculos preliminares, afirmou que em todo o ano de 2007 o PIB dos EUA cresceu 2,2%, o menor aumento em cinco anos. Em 2006, a economia havia se expandido 2,9%. A maior parte dos analistas de mercado financeiro acreditava que o crescimento do PIB trimestral seria revisado em alta, para 0,7%, e o crescimento anual ficaria em 2,6%. APELO AO CONGRESSO O presidente instou o Congresso a aprovar ''''uma legislação sensata'''' para ajudar os milhões de pessoas que enfrentam dificuldades para o pagamento de suas hipotecas. ''''Preocupo-me com os trabalhadores'''', disse Bush. ''''Aprovamos e já iniciamos um pacote de estímulo econômico de US$ 150 bilhões.'''' O plano, aprovado pela Câmara dos Representantes e pelo Senado e promulgado pelo presidente Bush no início de fevereiro, inclui restituição de impostos para milhões de contribuintes. Bush reconheceu que os consumidores enfrentam crescentes incertezas, incluída a expectativa de que o preço da gasolina aumente, mas afirmou que o estímulo ''''dará aos consumidores o empurrão que precisam''''. A despesa dos consumidores representa mais de dois terços do PIB dos EUA. A revisão maior no relatório divulgado ontem pelo Departamento do Comércio ocorreu na balança comercial: as exportações cresceram mais que o calculado inicialmente e as importações diminuíram. O aumento das exportações recebeu uma contribuição enorme da fraqueza do dólar, que ontem tocou nova mínima histórica ante o euro, cotado por US$ 1,5231. AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
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