O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, afirmou que este ano será difícil para a economia do país, destacando a ameaça resultante da crise da dívida na zona do euro. "Obviamente nós estamos passando por um período econômico difícil. A Grã-Bretanha não está imune ao que acontece na zona do euro", comentou ele em uma entrevista para a rádio BBC.
A zona do euro é o maior mercado para as exportações do Reino Unido, e a demanda dos consumidores e empresas nos 17 países do bloco tem sido afetada pelas medidas de austeridade adotadas pelos governos para conter os altos níveis de dívida que desencadearam uma crise de confiança nos mercados financeiros e levaram Irlanda, Portugal e Grécia a precisar de pacotes de resgate.
Sobre as projeções para o Reino Unido nesse cenário, Cameron afirmou que, "sem dúvida, eu não quero enganar ninguém, é um ano difícil, um ano que será um teste".
A coalizão de governo de Cameron está sendo cada vez mais pressionada a suavizar seus planos de austeridade, após uma desaceleração do crescimento econômico do país no ano passado, o que gera projeções de que o governo vai precisar de mais empréstimos nos próximos anos.
Mas o primeiro-ministro voltou a defender o plano para redução do déficit orçamentário, dizendo que ele ajuda a garantir que os custos de financiamento para o país continuarão baixos. "E esse é francamente o melhor estímulo que nós podemos dar para a economia. O fato de os consumidores, empresas e o governo poderem tomar empréstimos baratos é de vital importância".
Cameron disse que a meta do governo de tornar a economia menos dependente dos gastos dos consumidores e da indústria de serviços financeiros, incentivando, por outro lado, os investimentos das empresas, as exportações e a produção manufatureira, tem avançado, mas não no ritmo desejado. "Nós precisamos melhorar nesse campo", acrescentou. As informações são da Dow Jones.