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Após abrir capital, Multilaser amplia parcerias com marcas estrangeiras

Depois de fechar acordos com Nokia, Sony e Toshiba, empresa vai distribuir mochilas ‘premium’ da Targus no País; Multilaser também quer usar recursos de IPO para realizar aquisições

Foto do author Fernanda Guimarães

Criada no fim dos anos 1980 como recarregadora de cartuchos de impressora, a fabricante e distribuidora de produtos de tecnologia Multilaser tem ampliado sua oferta de marcas internacionais e firmado parcerias com nomes de grande fama, mas pouca presença no Brasil. Após se associar a gigantes como Nokia, Toshiba e Sony, agora a empresa fechou contrato com a Targus, conhecida especialmente pelas mochilas para carregar equipamentos tecnológicos. 

Trata-se da nona parceria global da Multilaser. Além das parcerias, o “menu” da companhia inclui eventuais aquisições para complementar sua prateleira. A empresa está com o caixa recheado depois de sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) neste ano, em uma operação que movimentou R$ 1,9 bilhão.

Multilaser, de André Poroger, tem queda nas ações desde estreia na Bolsa. Foto: Alex Silva/Estadão - 15/12/2021

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O vice-presidente de produtos da Multilaser, André Poroger, diz que a parceria permite que a companhia amplie seu portfólio para itens aos quais não é necessariamente associada. No caso da Targus, a parceria ajudará a empresa a chegar ao mercado premium. “Os produtos da Targus vão complementar a linha da Multilaser. Já atuamos com uma linha (de mochilas) mais de entrada”, diz o executivo.

Para a Targus, que fabrica seus produtos principalmente na Ásia, a parceria com a Multilaser poderá ajudar a dobrar as vendas no País em um ano. O trunfo da Multilaser para atrair parceiros está na sua presença em 44 mil pontos de venda em todo o País.

Trajetória

Criada em 1987 por Israel Ostrowiecki, a companhia é conduzida hoje pelo filho do fundador, Alexandre. Um dos sócios é Renato Feder, amigo de infância de Alexandre, que chegou à Multilaser em 2003. Foi mais ou menos nessa época que a empresa começou a diversificar a atuação por perceber que o negócio de cartuchos de impressora não se sustentaria no longo prazo.

Desde a abertura de capital, em julho, os papéis da companhia têm sofrido na Bolsa: hoje, são negociados 26% abaixo do valor do IPO. Para o executivo da Multilaser, o desempenho reflete o desânimo com a economia nacional. “Estamos quase dobrando a receita. Hoje o mercado financeiro está mais olhando o cenário macro do que para as empresas”, diz.

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Em relatório recente, a XP diz que a escala e a rede de distribuição da Multilaser funcionam como importantes barreiras de entrada para rivais. “Sua robusta rede de distribuição, com mais de 1,5 mil representantes de vendas espalhados pelo Brasil, permite à companhia alcançar desde pequenos varejistas locais até as maiores varejistas do país”, de acordo com o documento. 

Presença da Multilaser no mercado brasileiro:

  • 44 mil é o total de pontos de venda em que a Multilaser distribui seus produtos no País
  • 26% é a perda acumulada de valor das ações da fabricante e varejista de eletrônicos na B3 desde sua a estreia, em julho
  • R$ 1,9 bi foi o valor que a companhia captou ao chegar ao mercado

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