Banqueiros veem anos de participação do Estado em empresas

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Por DMITRY SERGEYEV
Atualização:

Governos ao redor do mundo continuarão como acionistas das empresas durante muitos anos ainda, para ajudar a economia global a se recuperar de sua pior recessão desde a Grande Depressão, afirmaram os principais banqueiros do mundo nesta sexta-feira. "Intervenções governamentais estão aqui para ficar, e por um bom tempo, porque nós todos estamos reestruturando a economia global e é uma tarefa demorada, e estamos aqui dependendo de nossos governos", disse o presidente-executivo do Citigroup, Vikram Pandit. Pandit foi palestrante em uma mesa de debates no Fórum Econômico de São Petersburgo, a principal conferência de investimentos da Rússia. Uma pesquisa apontou que mais da metade dos participantes do fórum presentes no debate, sobre programas anticrise, afirmou que governos não irão se desfazer de suas participações em empresas nos próximos três anos. Para combater a crise, a Alemanha assumiu o controle da Hypo Real Estate, os suíços colocaram dinheiro no banco UBS e o governo dos Estados Unidos se tornou o maior acionista da gigante da indústria de automóveis GM. A Rússia, que enfrenta sua primeira recessão em dez anos, vem usando fundos do governo para ajudar empresas e bancos. O presidente russo, Dmitry Medvedev, tem dito repetidamente que quaisquer ações assumidas pelo Estado durante a crise não serão mantidas, e que a nacionalização não é o objetivo para um país onde ativos considerados elefantes brancos e não lucrativos dos tempos da União Soviética ainda não saíram da memória. Mas os participantes do Fórum Econômico de São Petersburgo disseram que a profundidade dos problemas na Rússia e em outros países significam que o envolvimento governamental deve continuar durante anos. "Minha impressão é que teremos uma recuperação anêmica, fraca, que não haverá estratégias fáceis, rápidas e possíveis para uma saída rápida do controle acionário dos governos", afirmou o presidente da Morgan Stanley na Ásia, Stephen Roach.

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