Uma guinada em direção ao mercado brasileiro, responsável por tirar a ineficiente empresa aérea portuguesa TAP da berlinda, está atraindo o interesse de investidores internacionais para seu processo de privatização, esperado para o primeiro semestre. Comandada pelo gaúcho Fernando Pinto desde 2000, a TAP é hoje o grupo estrangeiro com o maior número de voos para o Brasil - 75 por semana - e o que atende a mais cidades no País.Em junho, a empresa inaugura seu décimo destino brasileiro (Porto Alegre), que se soma a Belo Horizonte, Brasília, Campinas, Fortaleza, Natal, Recife, Rio, Salvador e São Paulo. O executivo assegura que a expansão em direção ao Brasil é o grande propulsor do aumento do faturamento, que saltou de 1 bilhão para 2,5 bilhão de euros nos seus pouco mais de dez anos à frente da companhia. ?Houve um crescimento radical nos últimos anos, basicamente por causa de nossa expansão internacional, e o Brasil tem uma parcela considerável de participação nisso?, diz.Ex-presidente da Varig, Pinto sabia, ao deixar o País, que havia uma demanda reprimida fora do eixo Rio-São Paulo. Atender a outras cidades por meio de voos com escala em uma dessas duas capitais, no entanto, era inviável, pois aumentaria muito a duração das viagens. Para fugir desse empecilho, a estratégia foi consolidar Lisboa como um grande hub (centro de distribuição de passageiros). Na outra ponta, a empresa aumentou o número de destinos na Europa e tornou a capital portuguesa a principal porta de entrada dos brasileiros no continente. Com a estratégia, a companhia consegue encher um avião - saindo de Campinas para Lisboa, por exemplo - com passageiros rumo a dezenas de cidades europeias diferentes. ?Um voo atende múltiplos destinos, pois temos um centro de distribuição em Lisboa. Cada avião que chega do Brasil tem passageiros que vão para todos os lados da Europa e da África também?, explica. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.