A Brazil International Exchange (Brix), bolsa de comercialização de energia elétrica, anunciou nesta terça-feira, 26 o início da negociação de contratos de energia elétrica por meio de sua plataforma eletrônica para a próxima quinta-feira.
A iniciativa, lançada em abril deste ano a partir de uma parceria entre o IntercontinentalExchange (ICE) e os empresários Eike Batista (EBX), Josué Gomes da Silva (Coteminas), Marcelo Parodi (Compass Energia) e Roberto Teixeira da Costa (fundador da Comissão de Valores Mobiliários-CVM e sócio da Prospectiva Consultoria), tem por objetivo favorecer a negociação de energia dentro do chamado mercado livre (ou Ambiente de Contratação Livre - ACL), que representa aproximadamente 25% da energia consumida no País e no qual atuam atualmente cerca de 1,4 mil agentes.
Conforme a Brix, a plataforma entra em operação com cerca de 30 participantes, de vários setores e perfis, como Cesp, Eletronorte, Quanta, Bunge, White Martins, Rexam, Eucatex, Ibrame Laminação, Coteminas, MPX, Seal Energy, Agroenergia Comercializadora e Compass. Além disso, mais de 100 outras empresas estão em processo de análise da documentação de adesão à BRIX (Acordo de Participação e Contrato de Compra e Venda de Energia Elétrica - CCVEE).
Desde já serão comercializados na bolsa diversos tipos de produtos, tais como de "Energia Convencional" (a preço fixo e a PLD + Prêmio) e "Energia Incentivada" (a preço fixo), por meio de contratos com vencimentos mensais, trimestrais, semestrais e anuais, até 2013, e com entrega nos quatro submercados brasileiros (Sudeste/Centro-Oeste, Sul, Nordeste e Norte). Os contratos terão liquidação com entrega física de energia elétrica por meio de registro na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).
A Brix planeja agregar novos produtos à plataforma, tais como contratos de energia incentivada sem desconto e com 100% de desconto na Tarifa de Uso do Sistema de Distribuição (TUSD) e contratos de energia incentivada com entrega durante o período de safra sucroalcooleira. "Eventualmente, se identificarmos outras demandas, teremos todo o interesse em agregar novos produtos e vencimentos à plataforma", disse o CEO da Brix, Marcelo Mello, em comunicado à imprensa.
Numa segunda etapa, está previsto o lançamento de contratos bilaterais de derivativos de energia com liquidação financeira e com isso o acesso à plataforma será ampliado, permitindo a participação de instituições financeiras. Já em uma terceira fase, a BRIX lançará contratos de derivativos com liquidação financeira e risco multilateral suportados pela criação de uma "clearing house", e que eliminarão os riscos de crédito entre as contrapartes.