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Da física ao mercado financeiro: o empresário que quer ser principal concorrente da B3 no Brasil

Fundador da CSD BR, Edivar Queiroz Filho criou a companhia em busca de transformá-la em concorrente direta da Bolsa brasileira para evitar um possível ‘monopólio’ no País

Foto do author Wesley Gonsalves
Por Wesley Gonsalves
Atualização:

A relação de Edivar Queiroz Filho com os números começou muito antes de ele se estabelecer como um agente do mercado financeiro. Durante a graduação em Física na USP, em São Carlos, em 1995, ele foi introduzido, pelo cunhado, ao mundo da Faria Lima (o principal polo financeiro do País). Em uma viagem de férias à capital, naquele mesmo ano, ele recebeu o convite do familiar para abandonar a vida acadêmica e o foco no “estudo da matéria”, para se dedicar aos cálculos financeiros.

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“Quando cheguei a São Paulo, eu nem sabia como fazer essas contas; me deram um livro para aprender tudo sozinho”, afirmou.

Pouco tempo depois, já formado, Queiroz Filho iniciou sua incursão no universo das finanças ao se inscrever em um curso de mestrado na área. Ali, começava sua história dentro da Faria Lima, que acrescentada de sua curiosidade o levaria, anos mais tarde, a querer “confrontar” uma das principais instituições financeiras do País, a B3, a Bolsa brasileira.

Em 1999, o executivo criou a sua primeira empresa, a Luz Soluções Financeiras, especializada em desenvolver soluções de risco para o mercado de capitais brasileiro. Quase 20 anos depois, ele deu início à CSD BR, uma registradora de ativos financeiros, derivativos, valores mobiliários e apólices de seguros, serviços que, atualmente, são dominados pela B3. No segmento em que concorre diretamente com a B3, no volume de ativos registrados, a companhia teve um salto de 1.300% em comparação a 2021, chegando à marca e R$ 210 bilhões.

Queiroz Filho deu início à CSD BR, empresa registradora de ativos financeiros, derivativos, valores mobiliários e apólices de seguros, concorrendo diretamente com a B3 Foto: Werther Santana/Estadão

Diversificando o mercado

Um dos motivos para a criação da CSD, segundo conta o empresário, foi o movimento de fusão da BM&F Bovespa com a registradora Cetip, em 2017, o que criava uma espécie de “monopólio” do mercado. “Evitar um monopólio no mundo financeiro deixa nosso mercado de capitais muito mais eficiente.”

O desempenho da CSD começou a chamar atenção de grandes operadores do mercado, como a Chicago Board Options Exchange (CBOE), que comprou uma participação societária no negócio, cujo valor não foi divulgado, além de nomes como BTG e Santander, hoje sócios minoritários da CSD. Em 2021, na última rodada de captação, a registradora de ativos angariou R$ 200 milhões em capital para expansão do negócio.

Edivar Queiroz Filho estudou Física na USP em meados dos anos 1990, quando foi introduzido ao mercado financeiro Foto: Alex Silva/Estadão

Para continuar crescendo, nos próximos meses, a CSD aguarda para obter novas licenças da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e do Banco Central do Brasil para operações de liquidação (“clearing”) e depósitos de ativos. “Não sou um comprador, sou um construtor de coisas. É o que eu acredito.”

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A B3 informou por meio de nota que “o crescimento do mercado de capitais brasileiro é positivo para todos os participantes”. “Acreditamos que o nosso diferencial será sempre oferecer o melhor serviço e a melhor solução”, diz em nota.

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