O Eurogrupo, que reúne os ministros das Finanças da zona do euro, fará uma teleconferência na próxima sexta-feira para aprovar o pacote de ajuda para o setor bancário da Espanha e as condições que serão impostas ao país em troca do auxílio, segundo um porta-voz da área do euro
O acordo de resgate, que pode liberar até € 100 bilhões para os bancos espanhóis, será o único assunto na agenda da reunião. A teleconferência deverá começar por volta das 7h00 (de Brasília)
No último dia 9, o Eurogrupo chegou a um acordo sobre o pacote da Espanha, mas ainda precisava discutir os detalhes finais e as exigências para o resgate.
Outras questões pendentes, como um possível empréstimo para o Chipre e a última revisão da situação fiscal da Grécia, que já recebeu dois pacotes de ajuda da UE e do Fundo Monetário Internacional, só deverão ser discutidas pelos ministros da zona do euro no início de setembro.
Resgate parcial
Apesar dos problemas no mercado imobiliário, da fragilidade dos bancos e dos altos níveis de dívida, a economia da Espanha permanece solvente e o país não precisará ser inteiramente resgatado, afirmou o ministro de Finanças espanhol, Luis de Guindos, em entrevista ao jornal La Vanguardia.
"As dúvidas (sobre a solvência da Espanha) estão nos prejudicando e isso torna nosso financiamento mais difícil", declarou De Guindos. "Mas eu acredito que a Espanha é um país competitivo", acrescentou o ministro, destacando que a economia espanhola tem capacidade para crescer.
Separadamente, De Guindos classificou o leilão de títulos de curto prazo realizado hoje pelo Tesouro Espanhol como "relativamente positivo". "O leilão foi uma evidência de que a Espanha ainda tem acesso aos mercados", apesar do recente aumento dos custos de financiamento, disse o ministro durante um evento em Madri. A Espanha vendeu hoje 3,562 bilhões de euros em títulos de 12 e 18 meses, acima do pretendido e com yields (retorno ao investidor) mais baixos.
Na entrevista ao jornal De Guindos afirmou também que o banco ruim que o governo está criando vai começar a comprar ativos imobiliários dos bancos rapidamente, antes do fim deste ano. Com relação às regiões autônomas espanholas endividadas, o ministro disse que o governo central só vai intervir como um último recurso, rejeitando especulações de que o governo central assumirá o controle de algumas regiões.
De Guindos afirmou que tal atitude "é uma opção absolutamente extrema, absolutamente excepcional, e não estamos em uma situação como essa nem no governo central nem nas regiões".
As informações são da Dow Jones.