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Gol reduz frota e corta dividendo, Moody's piora rating

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Por Redação

A companhia aérea Gol afirmou nesta quinta-feira que irá reduzir seu plano de frota para os próximos dois anos, numa medida para reduzir custos frente às fortes altas do preço de combustíveis, ao passo em que o enfraquecimento em sua capacidade financeira lhe rendeu uma redução de rating pela Moody's nesta quinta-feira. A empresa, cujos balanços têm sofrido desde que comprou a Varig, no ano passado, também afirmou que não irá pagar dividendos pelo resto de 2008 para liberar caixa para investimentos. "A companhia está tomando as medidas necessárias para preparar a próxima fase de crescimento, em linha com nossa estratégia de expansão lucrativa por meio de uma estrutura de baixo custo", afirmou o presidente-executivo, Constantino de Oliveira Junior, em comunicado. A agência de classificação de risco Moody's reduziu o rating da Gol, segunda maior empresa do setor no Brasil atrás da TAM, de "Ba3" para "B1", e apontou a perspectiva de novas reduções. "A redução do rating reflete a contínua deterioração na força financeira da Gol e perspectivas de quedas ainda maiores em suas métricas financeiras", justificou a Moody's em relatório. A Gol está acelerando os planos para substituir velhas aeronaves por jatos da nova geração da família 737 da Boeing, que possuem menor custo operacional e melhor aproveitamento de combustível. Como resultado, a Gol reduziu a previsão de tamanho da frota no fim do ano de 106 para 104, e cortou o plano para 2009 de 113 para 108 aeronaves. Até o fim de 2008, a empresa espera que toda a frota seja composta pela nova geração de 737 da Boeing. A companhia, que teve prejuízo nos últimos dois trimestres, está tomando outras medidas para manter o balanço sob controle. No mês passado, começou a reduzir a velocidade de vôo e a desligar um motor após a aterrissagem para economizar combustível. As ações da Gol encerravam o pregão em baixa de 13,9 por cento, a 15,96 reais, enquanto o Ibovespa cedia 0,79 por cento. Contudo, numa diferente perspectiva no longo prazo, as mudanças anunciadas podem iniciar uma mudança positiva no modelo operacional da empresa, e devem beneficiar seu desempenho e o retorno aos acionistas, avaliou o Morgan Stanley. "Uma mudança na filosofia de operações de um modelo que visa crescer a todo custo para uma capacidade mais ajustada deve tornar a empresa mais lucrativa, ao melhorar a taxa de ocupação este ano e no ano que vem", comentou o Morgan Stanley em relatório. Porém, para a Moody's, mesmo essas novas medidas anunciadas, já somadas a outras iniciativas da Gol para elevar suas vendas, não devem ajudar na perspectiva negativa para o rating da empresa. "À parte uma queda intensa nos custos relacionados ao combustível, essas medidas podem não ser suficientes para que a empresa melhores sua lucratividade e fluxo de caixa para níveis consistentes com a categoria B1", apontou a agência. (Reportagem de Todd Benson, reportagem adicional de Rodolfo Barbosa)

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