O governo da Guiné negou na segunda-feira, em comunicado do Ministério de Minas, que esteja negociando com o BTG e a B&A Mineração - empresa do banco e de Roger Agnelli, ex-presidente da Vale - um contrato para exploração das áreas 1 e 2 do complexo de Simandou, considerado a maior reserva inexplorada de minério de ferro do mundo. As áreas pertencem atualmente à mineradora brasileira Vale e à israelense BSG Resources.O comunicado foi divulgado um dia após o presidente da BSG, Asher Avidan, afirmar, em entrevista ao ''Estado'', que pretende processar o banco de André Esteves e Agnelli, que negociam um contrato de assessoria financeira e estratégica com a Guiné. Segundo o executivo, o contrato seria amplo o suficiente para dar aos consultores brasileiros influência sobre todo o complexo de Simandou, colocando seus interesses em risco.Na nota divulgada na segunda-feira o governo da Guiné afirmou que as negociações com o BTG ainda estão em curso, mas que o contrato se refere ao financiamento de obras de infraestrutura, incluindo a ferrovia para transportar o minério de Simandou, no interior da Guiné, aos compradores internacionais. O comunicado não descarta uma eventual entrada do BTG e de sua empresa de mineração em outras áreas de Simandou, hoje sob responsabilidade da australiana Rio Tinto.Na nota, o ministro de Minas da Guiné, Lamine Fofana, disse que as negociações com o BTG estão sendo feitas de maneira transparente. ?O Estado trabalha de maneira responsável e legal, com todas as partes interessadas, incluindo investidores e operadores do setor de mineração?, disse o comunicado. Sobre a presença do filho do presidente Condé nas negociações, afirma que Mohamed Condé participa como conselheiro. A Vale, que entrou no projeto na Guiné há dois anos e meio, ao comprar 51% da concessão da BSG por US$ 2,5 bilhões, informou na segunda-feira que não pretende entrar como coautora em um eventual processo que sua sócia venha a mover contra o BTG e Roger Agnelli. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.