O Índice Bovespa (Ibovespa) caminhava para sua terceira queda consecutiva, mas inverteu a tendência rapidamente na última hora de negócios desta segunda-feira, 13, com a notícia do pedido de demissão do ministro das Cidades, Bruno Araújo. A saída do ministro, da cota no governo do rachado PSDB, foi interpretada como indicativo do início da reforma ministerial imposta pela base governista como condição para a aprovação da reforma da Previdência. Ao longo de todo o dia, o Ibovespa mostrou fraqueza, operando abaixo dos 72 mil pontos. Com a virada no final, o índice avançou para os 72.475,16 pontos, em alta de 0,43%. Os negócios na Bolsa somaram R$ 8 bilhões.
"A notícia do início da troca de ministros não chegou a ser surpresa, mas foi bem recebida por indicar que o governo continua nos esforços para aprovar a reforma. Desde a semana passada, quando foi desmentida a tese da desistência da reforma, não houve mais nenhuma notícia relevante", disse um profissional.

A escassez de notícias e o esvaziamento da agenda parlamentar na semana, devido ao feriado da Proclamação da República, colocaram a reforma da Previdência em compasso de espera. As articulações políticas do governo, no entanto, continuaram ativas. Segundo a consultoria Eurasia, além da reforma ministerial, a outra estratégia do governo deverá ser a de um novo esforço em sua estratégia de comunicação para "vender" a reforma.
Na análise por ações, somente quatro papéis fecharam em queda. Entre eles estiveram as ações da Petrobrás, que terminaram o dia com perdas leves, com o investidor à espera da divulgação do balanço trimestral da companhia, a ser divulgado ainda nesta segunda-feira, 13. Já o bom desempenho das ações da Vale e das empresas siderúrgicas foi influência positiva durante todo o dia. Os papéis refletiram as expectativas positivas para a produção industrial da China e a alta do minério de ferro.