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Lonmin combaterá proposta da Xstrata 'de forma vigorosa'

Por MARK POTTER

A produtora de platina sul-africana Lonmin anunciou na quinta-feira que lutaria vigorosamente contra uma oferta de aquisição de 10 bilhões de dólares da mineradora anglo-suíça Xstrata, mas mostrou poucos sinais de quais medidas tomaria para se defender. A Xstrata divulgou na quarta-feira que preparava uma oferta de compra de 33 libras por ação (64,54 dólares) da Lonmin, terceira maior produtora de platina do mundo, com o objetivo de ampliar a linha de metais de uso industrial. Apesar do prêmio de 42 por cento em comparação ao preço de fechamento das ações da Lonmin na terça-feira, a mineradora africana considerou a proposta muito pequena. "Este é um movimento oportunista da Xstrata, que tenta capitalizar sobre a atual volatilidade nos mercados financeiros e de metais. A Lonmin contestará essa aproximação de forma vigorosa", disse John Craven, presidente da companhia, em um comunicado. As ações da Lonmin perderam um terço do valor desde maio. "(A proposta) desvaloriza as atividades da Lonmin e não oferece um valor apropriado para os acionistas." A disputa entre as mineradoras é a mais recente na indústria de mineração, setor onde as empresas com maior disponibilidade de capital tentam tomar posse de suprimentos escassos para suprir a demanda crescente, principalmente na China. A BHP Billiton, líder mundial das empresas de mineração, tenta adquirir a Rio Tinto, segunda maior empresa do setor, enquanto a Xstrata recentemente recebeu uma proposta da brasileira Vale . Analistas estão divididos sobre a necessidade da Xstrata aumentar a oferta, mas alguns vêem poucas chances de uma contraproposta e apontam os sucessivos fracassos operacionais da Lonmin. Na quarta-feira, a mineradora sul-africana diminuiu a projeção de vendas da platina refinada no ano que será encerrado em setembro pela terceira vez. A Lonmin espera comercializar 725 mil onças do metal, quantidade 6,5 por cento menor do que a meta anterior e inferior à previsão inicial, de 900 mil onças. "Eles precisam falar sobre o crescimento a longo prazo e o valor do negócio, e o que podem fazer para reverter a situação", disse o analista Simon Toyne, da Numis Securities. "Mas acredito que encontrarão dificuldade, já que os problemas foram crescentes por pelo menos dois anos." Um porta-voz da Lonmin recusou-se a dizer quais seriam as medidas que o grupo pretendia utilizar para se defender da proposta da Xstrata.

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