O presidente do Itaú Unibanco, Milton Maluhy, disse há pouco que o novo consignado privado, proposto pelo governo, pode levar a uma expansão de crédito positiva para o País. Na visão dele, é preciso discutir temas como o endividamento e os canais onde o produto estará disponível.
“Acho uma super oportunidade, pode vir a ser um programa de crédito para o País muito forte, muito positivo”, afirmou ele em videoconferência com analistas para comentar os resultados do banco no quarto trimestre de 2024.
De acordo com ele, a alavancagem de crédito (quanto se pode pegar de crédito) para funcionários públicos e beneficiários do INSS é muito maior que a de empregados em regime CLT, dado que os consignados para esses dois públicos têm fluxos operacionais mais bem resolvidos.

No modelo proposto pelo governo, em que o consignado seria feito através do eSocial, a entrada no ar seria mais simples para as empresas. Maluhy afirmou que o banco, hoje líder de mercado com 30% do consignado privado, prefere ter uma fatia menor de um mercado exponencialmente maior.
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Segundo ele, é preciso discutir o possível aumento do endividamento da população, dado que esses clientes já têm empréstimos em linhas como crédito pessoal. Outra discussão é a dos canais onde o produto estará disponível: como mostrou o Estadão/Broadcast, os bancos querem que o produto esteja em seus canais próprios, enquanto a proposta do governo é que seja oferecido apenas no aplicativo da Carteira de Trabalho Digital.
Maluhy disse que diante da maior concorrência que o novo produto deve gerar, o banco vê como vantagem a gestão de risco que faz das empresas com que tem relação.