Nubank amplia compra e venda de criptomoedas com dois novos ativos

Polygon e Uniswap se unem ao Bitcoin e Ethereum como opções de negociação para os 67 milhões de clientes do banco digital

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Foto do author Lucas Agrela

O Nubank anunciou nesta terça-feira, 20, o lançamento de duas criptomoedas no seu aplicativo. Agora, os investidores interessados nessa classe de ativos digitais poderão comprar Polygon e Uniswap, além do Bitcoin e do Ethereum, lançados na plataforma do banco digital chamada Nubank Cripto neste ano.

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Os investimentos em Polygon e Uniswap poderão ser feitos com valores a partir de R$ 1, devido à custódia da provedora de infraestrutura Paxos. Cada negociação de compra e venda terá uma taxa. No Bitcoin, por exemplo, uma compra de R$ 20 tem R$ 0,75 de taxa.

Pouco conhecida do grande público, a Polygon é tida como a aposta de entusiastas para viabilizar transações em criptomoedas, devido à velocidade do processamento e ao custo inferior em relação, por exemplo, ao Bitcoin. Já a Uniswap é o ativo de uma plataforma descentralizada de negociação de criptoativos, incluindo criptomoedas, tokens e NFTs. Ambas funcionam na rede Ethereum, ou seja, estão ligadas a ela.

Nubank ampliou oferta de criptomoedas em ano marcado por queda generalizada no setor, puxada pelo Bitcoin Foto: REUTERS/Paulo Whitaker/File Photo

A aposta do Nubank no segmento de criptomoedas acontece em um ano marcado pela desvalorização do Bitcoin, principal representante da classe de ativos, que caiu 66% desde janeiro deste ano. O ativo, hoje na mira de autoridades internacionais para regulação, nunca havia passado por um cenário de inflação e aumento da taxa de juros nos Estados Unidos, como aconteceu em 2022.

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O revés mais recente do mercado foi a crise de insolvência da corretora FTX, uma das maiores do mercado, que tinha investidores como o jogador de futebol americano Tom Brady e a modelo brasileira Gisele Bündchen.

Para Thomaz Fortes, líder de criptomoedas do Nubank, a visão de longo prazo para esses ativos digitais é o que motiva a empresa a ampliar a oferta de negociação na sua plataforma, mesmo diante do cenário atual do setor. Fortes reconhece que as criptomoedas ainda estão em fase de amadurecimento e descoberta de casos de uso.

“Estamos vivendo um momento de transformação neste mercado, que está caminhando para uma regulação mais robusta e, esperamos, cada vez mais técnica. Ao adicionar novas moedas à experiência Nubank Cripto, renovamos nosso propósito de democratizar esse segmento com uma experiência livre de complexidade e acessível e também a nossa confiança no potencial disruptivo e de inovação dessa tecnologia para todos os consumidores”, disse Fortes ao Estadão.

Desde o lançamento da oferta de criptomoedas no aplicativo, o Nubank atraiu 2 milhões de clientes para negociação desses ativos, fazendo, ao menos, uma compra. No total, a empresa tem 67 milhões de usuários, ou seja, apenas 3% dos clientes compraram ou venderam criptomoedas na plataforma – o que mostra tanto uma baixa adesão quanto amplo número de clientes em potencial.

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Diferentemente de exchanges de criptoativos, como Binance ou Ripio, as criptomoedas não podem ser extraídas da plataforma e armazenadas em um dispositivo físico, chamado carteira fria (cold wallet), que protege os ativos digitais com senha. Por isso, na prática, o ativo negociado na plataforma do Nubank funciona de forma similar a um título de índice, acompanhando a oscilação de preços, mas sem permitir a mobilidade do ativo.

Criptomoeda própria

A aposta do Nubank em criptomoedas vai além da negociação de ativos existentes. Em outubro, a empresa anunciou criação da NuCoin, uma criptomoeda própria que será testada e usada como artigo de fidelização de clientes. Movimento similar foi feito pelo Mercado Livre em meados deste ano. Ambas as iniciativas ainda estão em período de teste e não foram oferecidas a todos os clientes.

É hora de investir em criptomoedas?

Para Thiago Rigo, analista da gestora Titanium Asset, a queda de liquidez do mercado de criptomoedas foi acompanhada de redução similar em ativos do mercado financeiro, o que seria apenas uma parte do ciclo econômico. Com isso, o especialista vê este fim de ano como um momento de oportunidade para fazer investimentos com dinheiro recebido em bônus empresarial ou no 13º salário.

“Apesar da queda dos preços parecer desanimadora à primeira vista, os períodos de baixa criam um desconto na cotação desses ativos, e esse parece ser o cenário de agora. Com o bitcoin cerca de 76% mais barato do que na alta histórica, até mesmo pequenos aportes seriam significativamente lucrativos caso a maior moeda digital mirasse novas altas nos ciclos futuros”, disse Rigo.

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