O leilão da oferta pública para aquisição de ações da CPFL Renováveis movimentou R$ 4,1 bilhões, com a aquisição pela chinesa State Grid de mais de 243 milhões de ações da companhia por R$ 16,85. A oferta pública representa o fim de uma saga que deixa os chineses da State Grid no controle de quase 99% da empresa de geração de energia a partir de fontes renováveis do grupo. Cerca de 290 mil ações, ou de 0,06% do volume total, não foram vendidas na segunda-feira, 26.
A empresa tem agora prazo de um ano para decidir se retira definitivamente a CPFL Renováveis da B3 – nova denominação da Bolsa paulista – ou se realiza uma oferta de ações de forma a voltar a atender o critério mínimo de papéis em livre negociação do Novo Mercado, segmento de mais alto padrão de governança da B3.
Depois de uma longa discussão que contrapôs minoritários e a nova dona da CPFL Energia em um processo administrativo na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), o grupo chinês aos poucos cedeu e foi aumentando o valor da aquisição dos papéis dos minoritários do braço de energia renovável. O grupo de minoritários da companhia inclui alguns grandes investidores, como o fundo Pátria e o banco BTG Pactual.
A chinesa State Grid comprou o controle do grupo CPFL em 2016. Entre a compra do controle e das ações no mercado, a empresa desembolsou cerca de R$ 25 bilhões – uma das maiores transações corporativas já realizadas no Brasil.
Após muitas idas e vindas, a State Grid concordou em ampliar sua proposta de R$ 12,2o por ação para R$ 14,6o por papel. Como o valor teve de ser corrigido pela taxa Selic desde a data da compra do controle da CPFL pela State Grid – acordo sacramentado em 23 de janeiro de 2017 –, o valor atual da ação foi elevado para R$ 16,85.