Oi alcança no 3º trimestre o primeiro lucro desde o fim de 2015

Em recuperação judicial, a empresa de telecomunicações divulgou um lucro líquido consolidado de R$ 8 milhões entre julho e setembro deste ano, revertendo o prejuízo de R$ 1,2 bilhão em igual período de 2016

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Foto do author Circe Bonatelli

Em meio a um processo de recuperação judicial, a Oi obteve lucro líquido consolidado de R$ 8 milhões no terceiro trimestre de 2017, revertendo o prejuízo de R$ 1,2 bilhão no mesmo período de 2016. Esse é o primeiro lucro anunciado pela empresa de telecomunicações desde o fim de 2015.

O retorno para o azul decorreu da valorização do real frente ao dólar nesse período, uma vez que as dívidas em moeda estrangeira (cerca de US$ 10 bilhões) correspondem a quase metade da dívida bruta da companhia.

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A crise reduziu a demanda de empresas por serviços de telefonia e tecnologia da informação. Foto: Paulo Vitor/Estadão

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Com a oscilação do câmbio, o resultado financeiro da Oi gerou uma receita de R$ 45 milhões no terceiro trimestre deste ano, diante de uma despesa de R$ 1,7 bilhão um ano antes.

O câmbio tem causado forte impacto a cada trimestre no balanço da companhia, que desmontou as operações de hedge cambial (mecanismo de proteção contra perdas com a oscilação da taxa de câmbio) desde que entrou em recuperação, na metade do ano passado. O efeito do câmbio, entretanto, não teve impactos no caixa da operadora.

Considerando apenas as operações da Oi no Brasil, o lucro líquido no terceiro trimestre de 2017 chegou a R$ 218 milhões, ante R$ 1,2 bilhão no mesmo período de 2016.

A Oi é dona de uma fatia de 25% da Unitel, operadora de Angola. O ativo está à venda por US$ 1,3 bilhão. Com a desvalorização do dólar frente ao real, o câmbio gerou um efeito negativo no valor de mercado do ativo e no resultado líquido consolidado do grupo.

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No campo operacional, a Oi ainda permaneceu impactada. O Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) recorrente consolidado somou R$ 1,605 bilhão, queda de 2,4% na comparação anual. A margem Ebitda foi a 26,9%, baixa de 0,8 ponto porcentual.

A receita líquida totalizou R$ 5,964 bilhões, uma retração de 6,7%.

A receita da Oi com os suas operações nas áreas de telefonia fixa e móvel, banda larga, TV por assinatura e serviços corporativos alcançou R$ 5,863 bilhões no terceiro trimestre, um encolhimento de 4,7% em relação a igual período de 2016. Essa queda foi puxada pelo setor de serviços corporativos (B2B), cujo faturamento diminuiu 12,9% no período, atingindo R$ 1,596 bilhão.

A crise reduziu a demanda de empresas por serviços de telefonia e tecnologia da informação. Além disso, o processo de recuperação judicial também tem afastado clientes da operadora.

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O faturamento no setor residencial (telefone fixo, banda larga e TV paga) caiu 1%, para R$ 2,321 bilhões, enquanto a receita com telefonia móvel recuou 0,7%, para R$ 1,884 bilhão.

Por outro lado, a companhia reduziu seus custos operacionais recorrentes em 7,2%, para R$ 4,321 bilhões.

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