O presidente Jair Bolsonaro afirmou, em transmissão ao vivo nas redes sociais feita a partir de Santiago, no Chile, que não gostaria de ter apresentado uma proposta de reforma da Previdência. Ele declarou, porém, que propôs mudanças porque, se não tivesse feito, o Brasil iria "quebrar" sob o ponto de vista das contas públicas.
"No fundo, não gostaria de fazer a reforma da Previdência. Mas eu estaria sendo irresponsável com o Brasil nos próximos anos", disse o presidente.
Ao defender a reforma da Previdência, Bolsonaro voltou a dizer que a reforma "vai cobrar menos de quem ganha menos e mais de quem ganha mais" e que o Brasil "está quebrado".
O presidente comentou ainda que as mudanças propostas ontem no projeto de lei sobre os militares "leva em conta perdas lá atrás". "Ninguém está brigando por direitos", declarou Bolsonaro.
Ao comentar o papel das forças armadas, Bolsonaro disse que elas são "algo muito especial" e que têm valor "muito grande à democracia". Mais uma vez, o presidente usou o exemplo da Venezuela para dizer que o regime de Nicolás Maduro se sustenta por causa do apoio militar.
No fim da transmissão, o ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, fez um "apelo patriótico aos parlamentares e àquela parte da imprensa que criticou o toma-lá-dá-cá" que defendam a necessidade da reforma da Previdência.
Nesta sexta-feira, 22, Bolsonaro se junta a outros seis presidentes sul-americanos para uma cúpula de integração da região. A proposta é oficializar a criação de um bloco em substituição à Unasul (União de Nações Sul-Americanas). A expectativa do presidente brasileiro é, durante o encontro, "selar o fim da Unasul", conforme declarou ao desembarcar no Aeroporto Internacional de Santiago.