Com o atual momento econômico do País, com subida da taxa básica de juros (Selic) e inflação alta, qual tipo de investimento de curto e médio prazo o senhor recomenda? CDB, Títulos Públicos?As duas opções que você sugere são boas. A sua escolha, no entanto, dependerá do que efetivamente lhe for oferecido pelo banco no caso do Certificado de Depósito Bancário (CDB). Explicando melhor: no caso da aplicação do CDB até R$ 70 mil há garantia de recebimento pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Isso quer dizer que, se o banco que você investe quebrar, mesmo assim você receberá o seu dinheiro de volta. Em contrapartida, quanto menor o valor aplicado menor a taxa de retorno oferecida pelo banco. Os títulos públicos apresentam oportunidades interessantes. Para quem gosta um pouco mais de risco há as LTNs, que são títulos prefixados que hoje estão com vencimentos entre 2012 a 2015 e com taxas de 12,54% a 12,78% ao ano. Para aqueles que querem se proteger dos juros há as LFTs que são indexadas à taxa Selic, com vencimentos entre 2015 e 2017. Lembrando que sobre esses títulos há incidência de Imposto de Renda (IR). Tenho um contrato de compra e venda de ações da Companhia Energética de São Paulo (Cesp), vendidas pela Nossa Caixa em 1994, sendo o Itaú a Instituição Depositária das ações.Ao tentar resgatá-las, no entanto, fui informada que neste banco nada consta. Algo semelhante já aconteceu há uns dois anos, mas sobre ações de outra empresa. No segundo caso, eles encontraram os papéis, mas transformaram alguns milhares de ações, em apenas dez. Minha dúvida: onde procurar, resgatar, ou mesmo validar este documento, que possui autenticação mecânica, assinatura dos gerentes, e de duas testemunhas com RG e CPF. Essa situação não deveria ocorrer. A instituição depositária tem a responsabilidade de manter em custódia as ações e manter controle rígido de todos os papéis e seus respectivos registros. Mas, no seu caso, está acontecendo. Se essa primeira informação foi passada por uma agência da rede bancária, você deve inicialmente procurar o departamento de acionistas, que é responsável pelas informações sobre as ações mantidas em depósito naquele banco. Você pode também manter contato diretamente com o departamento de Relações Institucionais das empresas, que é a área responsável pelas informações aos acionistas. No caso da Cesp você poderá acessar pela internet a página "ri.cesp.com.br" ou enviar mensagem para o e-mail "ricesp@cesp.com.br". No caso das outras ações, o que deve ter ocorrido com suas ações é que elas passaram por um agrupamento ou mesmo houve conversão de moeda (para reais) dependendo de quando esses títulos foram adquiridos. Para obter mais informações acesse a página www.paranapanema.com.br/ri ou escreva para dri@paranapanema.com.Recebi R$ 2 milhões de herança e peço sua orientação para a utilização. Sou aposentada, tenho 78 anos, mas com alguns problemas de saúde, próprios da idade. Meu marido também é aposentado e nós dois temos apartamento próprio. Nossas dívidas não chegam a R$ 100 mil. Temos netos de várias idades. O valor da herança é muito bom e permitirá que vocês diversifiquem os seus investimentos. A primeira coisa a fazer é quitar possíveis dívidas. Como vocês são aposentados e querem viver bem esse período o indicado é que sejam mais conservadores nas aplicações. Também recomendo que mantenham uma parte do dinheiro com maior liquidez para alguma emergência. Assim, uma pequena parte, algo como 5%, pode ser aplicada em caderneta de poupança - devido à alta liquidez, e o fato de não haver taxas ou tributos. Parte dos recursos também poderia ser investida em diferentes títulos do Tesouro Direto que tem baixo risco, boa rentabilidade e vocês podem optar por títulos de diferentes prazos e indexados a juros e a inflação. Outra parte poderia ser aplicada em fundos de renda fixa, cotas de Fundos Imobiliários e, caso o casal aceite um pouco mais de risco, poderia colocar uma pequena fração em fundos multimercado. Uma última fatia poderia ser dedicada a um plano de previdência (PGBL), pois além do benefício tributário permite um planejamento de sucessão.FÁBIO GALLO É PROFESSOR DE FINANÇAS DA FGV E DA PUC-SP