Nobel de Economia 2019 premia trio por experimentos em combate à pobreza no mundo
Indiano Abhijit Banerjee, francesa Esther Duflo e norte-americano Michael Kremer foram laureados com prêmio; Duflo é segunda mulher a ganhar o Nobel de Economia e casada com Abhjiti Banerjee
Por Redação
Abhijit Banerjee, Esther Duflo e Michael Kremer foram anunciados nesta segunda-feira, 14, como os vencedores do Prêmio Nobel de Economia de 2019. Eles foram premiados pela abordagem experimental em aliviar a pobreza no mundo. Esta foi a 51.ª premiação na categoria, que já laureou mais de 80 pessoas desde 1969.
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"Em apenas duas décadas, sua nova abordagem baseada em experimentos transformou a economia do desenvolvimento, que agora é um campo de pesquisa florescente", afirmou o comitê do Nobel. As pesquisas se basearam em experiências com grupos controle e grupos experimento em educação. A proposta era de tutoria, com maior proximidade dos alunos mais carentes e reformulação das tarefas de casa.
"Como resultado direto de um de seus estudos, mais de cinco milhões de crianças indianas se beneficiaram de programas eficazes de aulas de reforço na escola", afirmou o comitê do Nobel, em comunicado. "Outro exemplo são os pesados subsídios para cuidados de saúde preventivos que foram introduzidos em muitos países."
Conheça todos os vencedores do Prêmio Nobel de Economia
1 / 52Conheça todos os vencedores do Prêmio Nobel de Economia
2020
Prêmio Nobel de Economia de 2020 foi atribuído aos norte-americanos Paul Milgrom (direita), de 72 anos, e Robert Wilson, 83 Foto: EFE/EPA/ANDREW BRODHEAD
2018
Os americanos William D. Nordhaus e Paul M. Romerganharam o Prêmio Nobel de Economiapor abordarem métodos para favorecer o crescimento sustentável.Em ... Foto: ReutersMais
2017
O americano Richard H. Thaler, de 72 anos,recebeu o Prêmio Nobel de Economia por suas pesquisas a respeito da economia comportamental.Em suas pesquisa... Foto: Carsten Rehder/EFEMais
2016
O britânico Oliver Hart e o finlandês Bengt Holmstrom foram os premiados com oNobel de Ciências Econômicas de 2016, pelos estudos sobre a "teoria dos ... Foto: EFEMais
2015
O escocês Angus Deaton foi premiadopor seus estudos que relacionam consumo, pobreza e bem-estar. Foto: Divulgação
2014
O francês Jean Tirole, então com61anos, foi escolhido pela academiapor seu estudo sobre o poder de mercado das empresas. Foto: Fred Lancelot/Reuters
2013
Os norte-americanos Robert Shiller, de 67 anos,Lars Peter Hansen, de 61, e Eugene Fama, de 74, foram premiados pela análise empírica do preço dos ativ... Foto: A. Mahmoud/Nobelprize.orgMais
2012
Alvin Roth, de 60 anos, e Lloyd Shapley, de 89 anos, ambos dos Estados Unidos, ficaram com o prêmio por pesquisas sobre como relacionar os agentes de ... Foto: U.Montan/Nobelprize.orgMais
2011
Os norte-americanos Thomas Sargent, de 68 anos, eChristopher Sims, de 69 anos, receberam o prêmio pela pesquisa empírica sobre causa e efeito na macro... Foto: U. Montan/Nobelprize.orgMais
2010
Peter A. Diamond, de 70 anos (EUA), Dale T. Mortensen, de 71 (EUA),e Christopher A. Pissarides, de62 (Inglaterra/Chipre), receberam o Nobel por estudo... Foto: U. Montan/Nobelprize.orgMais
2008
O norte -americano Paul Krugman, então com50 anos,foi premiado por sua teoria que integra comércio e geografia econômica. Foto: Bobby Yip/Reuters
2005
O alemão Robert Aumann, entã com 75 anos, e o norte-americanoThomas Schelling, de 84, ganharam o Nobelpor estudos sobre conflito e cooperação por meio... Foto: D. Porges e T. Zadig/Nobelprize.orgMais
2004
O norueguês Finn Kydland, de 60 anos, e o norte-americano Edward Prescott, de 63, foram premiados por sua contribuições para a macroeconomia: a incons... Foto: Nobelprize.orgMais
2003
Robert Engle III, de 61 anos (EUA), e Clive Ganger, de 69 (Reino Unido), foram escolhidos pela academia pela criação de métodos estatísticos para anal... Foto: Nobelprize.orgMais
2002
Daniel Kahneman, de 68 anos, de Israel,e Vernon Smith, de 75 anos, dos EUA, vencerampelaanálise econômica integrada à psicologia, em especial o compor... Foto: Nobelprize.orgMais
2001
Os norte-americanos George Akerlof, de 61 anos, A. Michael Spence, de 58,e Joseph Stiglitz, de58, ganharam o Nobelpor mostrarem que informações assimé... Foto: Nobelprize.orgMais
2000
James Heckman, de 56 anos, eDanielMcFadden, de 63, ambos dos Estados Unidos, ganharampelo método de análise dos problemas de informação incompleta ou ... Foto: Nobelprize.orgMais
1998
Amartya Sen, de 65 anos, da Índia, ganhou por suas pesquisas sobre os problemas fundamentais da economia do bem-estar. Foto: Bruno Alencastro/Agência RBS
1996
O escocês James Mirrlees, de 59 anos, e o canadenseWilliam Vickrey, de 82 anos, ganharampelo método de análise dos problemas de informação incompleta ... Foto: Nobelprize.orgMais
1994
John Harsanyi, de 74 anos, da Hungria,John Nash Jr., de 66, dos EUA, eReinhard Selten, de64, da Polônia, foram escolhidos pela academia pela criação d... Foto: Nobelprize.orgMais
1993
Os norte-americanos Robert Fogel, de66 anos, e Douglass North, de73, ganharampor renovar a pesquisa em história econômica aplicando teoria econômica e... Foto: Nobelprize.orgMais
1992
O norte americano GaryBecker, de 62 anos, foi premiado por ter expandindo o domínio da teoria microeconômica para uma ampla gama do comportamento e da... Foto: David McNew/ReutersMais
1991
Ronald Coase, então com81 anos, do Reino Unido, recebeu o Nobelpor esclarecer a significância dos custos de transação e direitos de propriedades para ... Foto: University of ChicagoMais
1990
Os norte-americanos Harry Markowitz, de 63 anos, MertonMiller, de 67,eWilliamSharpe, de 56, receberam o prêmiopelacontribuição pioneira para a teoria ... Foto: Nobelprize.orgMais
1987
Dos Estados Unidos,Robert Solow, de 63 anos, foi premiado por suas contribuições para a teoria do crescimento econômico. Foto: Divulgação
1986
O norte-americano James Buchanan Jr., então com 67 anos, foi escolhido por sua contribuição para a teoria da tomada de decisão política e da economia ... Foto: Atlas Network/DivulgaçãoMais
1983
O francês Gerard Debreu, então com62 anos, foi premiado por incorporar novos métodos analíticos à teoria econômica. Foto: Reprodução
1981
O norte-americano James Tobin, na época com 63 anos, recebeu o Nobel por sua análise dos mercados financeiros e suas relações com decisões de gastos, ... Foto: ReproduçãoMais
1980
O norte-americano Lawrence Kleinrecebeu o Nobel aos 60 anos, por sua análise das políticas macroeconômicas por meio de um modelo econométrico; também ... Foto: B. Thumma/APMais
1979
Theodore Schultz, de77 anos, dos EUA,e Sir Arthur Lewis, de 64, de Santa Lúcia, foram premiados pelo desenvolvimento de dois modelos econômicos que ap... Foto: Nobelprize.orgMais
1977
Bertil Ohlin, de 78 anos, da Suécia,e James Meade, de 70, dos Reino Unido, ganharam o prêmio pela contribuição para a teoria do comércio internacional... Foto: ReproduçãoMais
1976
O norte-americanoMilton Friedman, então com64 anos, foi premiadopor suas contribuições para a análise do consumo e a história e teoria monetária, incl... Foto: Eddie Adams/APMais
1973
O russo Wassily Leontief, então com67 anos, recebeu o Nobel por criar a técnica de 'input-output', método para analisar as complicadas transações entr... Foto: ReproduçãoMais
1972
John Hicks, de 68 anos, do Reino Unido,eKenneth Arrow, de 51, dosEUA, ganharam o prêmiopor sua contribuição pioneira para a teoria do equilíbrio econô... Foto: Nobelprize.orgMais
1970
O norte-americanoPaul Samuelson, na época com55 anos, recebeu o Nobel por ter contribuído para a melhora do nível das análises da ciência econômica. Foto: Donna Coveney/MIT
2019
Michael Kremer, Esther Duflo e Abhijit Banerjeesão os vencedores do Prêmio Nobel de Economia de 2019. Eles foram premiados pela abordagem experimental... Foto: Christine Olsson/TT News Agency via REUTERS Mais
2009
Os norte-americanos Elinor Ostrom, de 76 anos,e Oliver Williamson, de77, ganharam pela análise da governança econômica. Foto: U. Montan/Nobelprize.org
2007
O russo Leonid Hurwicz, de 90 anos, e os norte-americanos Eric Maskin, de 57,e Roger Myerson, de 56, ganharampor pavimentar as fundações da teoria do ... Foto: E. Ayoubzadeh e U. Montan/Nobelprize.orgMais
2006
Edmund Phelps, de73 anos, dos Estados Unidos, ficou com o Nobelpor seu trabalho sobre as relações dos efeitos a curto e longo prazo de uma política ec... Foto: Sergio Moraes/ReutersMais
1999
O canadenseRobert Mundell, então com67 anos, foi premiado por sua análise de política fiscal e monetária sob diferentes regimes de taxas de câmbio. Foto: Bobby Yip/Reuters
1997
Robert Merton, de 48 anos, dos EUA, e Myron Scholes, de56, dos Canadá, foi premiadopor criar um novo método de determinar o valor de derivativos. Foto: Nobelprize.org
1995
O norte-americano Robert Lucas Jr, então com58 anos, foi premiado por desenvolver a hipótese de expectativas racionais e transformara análise macroeco... Foto: ReproduçãoMais
1989
O norueguês Trygve Haavelmo, então com78 anos, ganhou o Nobel por sua contribuição pioneira para a fundação da econometria. Foto: Reprodução
1988
O francês Maurice Allais, de 77 anos, foi premiado por sua contribuição pioneira para a teoria dos mercados e a utilização eficiente dos recursos. Foto: Foundation Maurice Allais
1985
O italiano Franco Modigliani, na época com67 anos, recebeu o Nobel por suas análises pioneiras sobre poupança e mercados financeiros. Foto: Divulgação
1984
Do Reino Unido, Richard Stone, de71 anos, ganhou o prêmiopor ter feito contribuições para o desenvolvimento de sistemas de contas nacionais e, assim, ... Foto: ESRC/FlickerMais
1982
O norte-americano George Stigler, de71 anos, recebeu o prêmiopor sua contribuição fundamental para o estudos dos processos dos mercados e para a análi... Foto: ReproduçãoMais
1978
O norte-americanoHerbert Simon, de 62 anos, foi premiadopor sua pesquisa pioneira do processo de tomada de decisões dentro das organizações econômicas... Foto: ReproduçãoMais
1975
Leonid Vitaliyevich Kantorovich, de 63 anos, da Rússia,e Tjalling Koopman, de 65, da Holanda, ganharam o Nobelpelacontribuição à teoria de alocações ó... Foto: Nobelprize.orgMais
1974
O sueco Gunnar Myrdal, de 75 anos, e o austríacoFriedrich August von Hayek, de 75, foram premiadospela contribuição à teoria das flutuações da economi... Foto: Nobelprize.orgMais
1971
O russo Simon Kuznets, de70 anos, foi premiado por uma extensiva pesquisa sobre crescimento econômico das nações. Foto: AFP
1969
O norueguês Ragnar Frisch, de 74 anos, e o holandês Jan Tinbergen, de66 anos, ganharam o Nobel pelo desenvolvimento e aplicação de modelos dinâmicos p... Foto: Nobelprize.orgMais
Esta foi a 7.ª vez que o prêmio de economia foi entregue para três pessoas. Em 25 oportunidades apenas uma pessoa foi laureada e em 19 delas foi para duas pessoas.
O premiados vão receber 9 milhões de coroas (US$ 918 mil dólares), uma medalha de ouro e um diploma. Na semana passada, foram concedidos seis prêmios Nobel - medicina, física e química, além de dois prêmios de literatura e o cobiçado Nobel da Paz.
Banerjee e Duflo são casados e membros da Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), nos Estados Unidos. Já Kremer é pesquisador da Universidade Harvard, também nos EUA. Esther Duflo é a segunda mulher a ganhar o prêmio de economia na história e a mais nova a ser laureada, aos 46 anos. A primeira mulher vencedora na categoria foi Elinor Ostrom, em 2009. Saiba quem são os vencedores do Prêmio Nobel de Economia 2019:
Esther Duflo: Economia como ferramenta de transformação social
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Esther Duflo nasceu em Paris em 1972. Filha de um professor de matemática e uma pediatra envolvida em trabalhos humanitários, cresceu em uma família protestante. Duflo se formou na Ecole Normale Supérieure e na Ecole des Hautes Études in Social Sciences (EHESS), na França, e possui um doutorado no Massachusetts Institute of Technology (MIT) nos Estados Unidos, onde é professora. Ela é casada com Abhijit Banerjee, também premiado no Nobel de Economia 2019.
No Twitter, o presidente da França Emmanuel Macronparabenizou Duflo e afirmou que o prêmio "mostra que a pesquisa nesse campo pode ter um impacto concreto no bem-estar da humanidade".
A economista defende que os estudos econômicos devem ser usados como forma de transformação social e proteção aos mais pobres. "Os economistas têm uma péssima reputação e parte dessa má reputação provavelmente se justifica pela maneira como a disciplina funciona. Quando você é economista, as pessoas pensam que você está interessado em finanças ou que trabalha para os ricos, mas não é necessariamente o caso", afirma.
No Laboratório de Pesquisa Abdul Latif Jameel sobre pobreza, que ela fundou com Banerjee em 2003, realiza experiências de campo em colaboração com organizações não-governamentais (ONGs). Os experimentos de tutoria em escolas, por exemplo, selecionam 200 instituições de forma aleatória em que metade é utilizada como grupo controle e a outra metade como grupo tratamento. O progresso dos alunos é comparado e avaliado em ambos os casos, e os resultados são transmitidos a autoridades públicas e instituições de caridade, como a Fundação Bill e Melinda Gates. Mais de 5 milhões de crianças indianas foram beneciciadas pelo método de Duflo.
O livro "Repensando a pobreza: uma virada radical na luta contra a desigualdade global", que Duflo escreveu em colaboração com Banerjee, venceu o Financial Times/Goldman Sachs Award de livro econômico do ano em 2011. "Nossa visão da pobreza é dominada por desenhos animados e clichês. Se queremos entender os problemas associados à pobreza, devemos ir além desses desenhos e entender por que o fato de ser pobre muda algumas coisas no comportamento e outras não", afirmou em uma entrevista em 2017.
Após o anúncio do Nobel de Economia 2019, Duflo afirmou que o exemplo dela deve servir de inspiração para outras cientistas. "Mostrando que é possível que uma mulher tenha sucesso e seja reconhecida, espero inspirar muitas outras mulheres a continuar trabalhando e muitos outros homens a dar a elas o respeito que merecem, como todo ser humano", disse.
Abhijit Banerjee: colaborações com ONU e Save the Children
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Casado com a também ganhadora Esther Duflo, Abhijit Banerjee nasceu em 1961 em Mumbai, no oeste da Índia, e estudou na Universidade de Calcutá, no leste da Índia, na Universidade Jawaharlal Nehru (JNU) em Nova Délhi e na Universidade Harvard, nos Estados Unidos, onde obteve seu doutorado em 1988, com uma tese em economia da informação. A prestigiada revista Foreign Policy o colocou no top 100 dos principais pensadores de 2011. Ele conta com númeras colaborações com organizações internacionais como as Nações Unidas ou a ONG infantil Save the Children.
Membro da Academia Americana de Artes e Ciências, suas áreas de pesquisa são a economia do desenvolvimento e a teoria econômica. Um de seus principais feitos foi a criação do Laboratório de Pesquisa Abdul Latif Jameel, em parceria com Esther Duflo. De acordo com o site da instituição,a missão do Laboratório é "reduzir a pobreza, garantindo que as políticas públicas sejam informadas por evidências científicas".
O centro possui uma rede de 181 acadêmicos afiliados de 58 universidades em todo o mundo, com escritórios para a América Latina e o Caribe na Universidade Católica do Chile. Seu trabalho mais conhecido, escrito em colaboração com Duflo, é o estudo "Repensando a pobreza: uma virada radical na luta contra a desigualdade global". Banerjee recebeu inúmeros prêmios internacionais, como o Prêmio Infosys 2009 ou a Bolsa Alfred P. Sloan (1994 -96) e Guggenheim Fellowship (2000).
O Laboratório de Pesquisa Abdul Latif Jameel também recebeu o Prêmio de Fronteiras do Conhecimento da Fundação BBVA de 2008 na categoria Cooperação para o Desenvolvimento, por promover "o uso de métodos cientistas para avaliar a eficácia do uso de fundos para a ajuda ao desenvolvimento". Junto com Duflo, ele também recebeu o prêmio Albert Hirschman 2014/15.
Michael Kremer: pesquisas em educação e saúde na África e América Latina
O norte-americano Michael Kremer é conhecido por suas experiências em assuntos relacionados ao desenvolvimento de países da África e da América Latina. O economista, que faz pesquisas nas áreas de educação, saúde, abastecimento de água e agricultura, é atualmente professor de Sociedade de Desenvolvimento no Departamento de Economia de Harvard, onde também lidou com questões relacionadas à imigração e à globalização.
A Academia Real de Ciências da Suécia destacou que Kremer ajudou a demonstrar, em meados dos anos 90, a utilidade da abordagem experimental para testar intervenções destinadas a melhorar os resultados escolares no oeste do Quênia. De acordo com a universidade onde ele agora trabalha e onde obteve seu PhD em Economia, Kremer foi selecionado como um dos 50 cientistas americanos mais importantes e recebeu prêmios por seu trabalho em economia da saúde, economia agrícola e América Latina.
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Ele também contribuiu para estudos sobre o estímulo ao investimento privado na pesquisa e distribuição de vacinas para combater doenças nos países em desenvolvimento. Em um de seus estudos, Kremer descobriu que 75% dos pais pobres dariam a seus filhos remédios contra infecções parasitárias se medicação fosse gratuita. Quando o remédio passa a ser pago, custando menos de U$ 1, a porcentagem despenca para 18%. / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS