O prêmio Nobel de Economia Joseph Stiglitz propôs nesta segunda-feira, 5, que um imposto sobre transações financeiras seja criado para evitar o comportamento disfuncional dos mercados e ajudar a cobrir os danos que a crise causará aos pobres.
Veja também:
"O setor financeiro contaminou a economia global com ativos 'podres' e agora precisa limpá-la", disse o americano em entrevista coletiva concedida no âmbito da assembleia anual do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial, que acontece em Istambul (Turquia). Stiglitz afirmou que o novo imposto deveria incidir sobre todo tipo de ativos e ser destinado aos países pobres, que foram as "vítimas inocentes" da crise.
O prêmio Nobel lembrou que, no começo do ano, Washington aprovou "em uma hora" um pacote de estímulo econômico de US$ 700 bilhões, o equivalente ao total da ajuda externa global em uma década.
Segundo Stiglitz, essa mobilização do Governo americano invalida o argumento de que não há dinheiro para o desenvolvimento. "O que alguém se pergunta é quem está precisando mais: se os países em desenvolvimento ou se os banqueiros americanos", comentou.
O Nobel de economia também disse que o novo motor do crescimento global poderia ser uma "economia verde", com investimentos em energias renováveis e negociações de emissões de carbono.
Sobre o sistema financeiro americano, Stiglitz afirmou que a situação dele continua sendo "precária" e que para "a maioria" da população dos Estados Unidos a recessão não acabou.