Uma novo plano para a Grécia está sendo desenhado, incluindo uma intervenção externa sem precedente no sistema de coleta de impostos e nos programas de privatização, além de incentivos para que os credores privados aliviem voluntariamente o peso da dívida do país, diz o Financial Times.
Sem citar fontes, o jornal britânico diz que cerca da metade das necessidades de 60 bilhões de euros a 70 bilhões de euros de financiamento da Grécia para os próximos dois anos poderá ser coberta com a venda de ativos e por mudanças nos termos dos pagamentos aos detentores privados de dívida.
O FT diz que as negociações sobre esse novo plano devem ser concluídas sexta-feira, sugerindo que novas medidas estarão prontas até o início da semana que vem e podem ser apresentadas a outros ministros das finanças europeus até 6 de junho.
Em maio do ano passado, a Grécia evitou o default com uma ajuda de 110 bilhões de euros da União Europeia, FMI e Banco Central Europeu.
Embora tenha reduzido seu déficit orçamentário em cerca de um terço, para 10,5% do PIB no ano passado, a receita com impostos ficou abaixo da meta e ainda falta que a Grécia dê prosseguimento a um plano de privatização. A Grécia está agora em busca de mais ajuda para cumprir com suas necessidades de financiamento em 2012 e em 2013.
Equipes técnicas da União Europeia, do FMI e do BCE estão em Atenas verificando os progressos obtidos pelo país na aplicação das medidas prometidas para ter acesso ao empréstimo concedido no ano passado. Ao mesmo tempo, o governo da Grécia deve anunciar, em breve, os detalhes de um novo plano de austeridade de 28 bilhões de euros para os próximos cinco anos, assim como de um ambicioso programa de privatização de 50 bilhões de euros.
Essas novas medidas devem ser anunciadas após a conclusão das consultas com as equipes técnicas do trio e são consideradas essenciais para que o país receba uma nova ajuda financeira.
Em nota ontem, o Ministério das Finanças disse que o andamento da visita das equipes é "satisfatório" e que deve ser concluída nos próximos dias.
O ministério ou o BCE não quiseram se pronunciar sobre a informação do FT, enquanto o FMI não possuía um porta-voz disponível para comentar o assunto imediatamente. As informações são da Dow Jones.