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O início da era Tim Cook e o futuro da Apple

Por EDITOR DO LINK

Análise: Alexandre Matias

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Nem Apple TV, nem iPhone 5. Conforme previmos na edição de ontem do Link, a edição 2012 da convenção de desenvolvedores da Apple fechou o ecossistema digital da empresa fundada por Steve Jobs. A semente já estava presente no lançamento do iPhone, em 2007, quando a empresa não apenas reinventou o conceito de smartphone, mas também criou a base da economia de aplicativos atual.

O evento apenas aparou arestas e integrou melhor as funções de serviços e aparelhos. O ambiente digital de Macbooks, iPads e iPhones é o mesmo, que conversa tanto com a loja iTunes quanto com o sistema de armazenamento virtual da empresa, o iCloud. Apresentou mudanças consideráveis na nova linha de laptops, o que leva a crer que algumas delas poderão vir também no novo iPhone, que deve ser lançado no próximo semestre.

Na verdade, o que foi visto na convenção foi o início da era Tim Cook na empresa. Só agora o CEO mais bem pago do mundo deverá colocar suas ideias em prática, uma vez que fechou o conceito iniciado por Jobs em 2007. Mas o futuro de Cook - e da Apple - não diz respeito apenas ao conceito ideal visionário de seu fundador. Uma vez que as ideias de Steve Jobs terminaram, a dúvida agora paira sobre o futuro da empresa, que está longe de ser nebuloso, como cogitavam os apocalípticos que viam em Jobs o nome que fazia a Apple valer o que vale.

Nos últimos dez anos, a Apple deixou de ser fabricante de aparelhos que atendiam a um nicho pequeno e elitista de compradores para se tornar um dos maiores fabricantes de aparelhos eletrônicos do mundo. Muitos cogitavam que, ao deixar de falar com uma parcela pequena de compradores para atingir um público bem maior, a empresa não daria conta do recado. Isso não aconteceu.

A dúvida em relação ao futuro da Apple não é apenas sobre sua existência, mas sobre a possibilidade de lançar produtos e serviços que encantem o mercado e os consumidores. É muito fácil a marca perder seu apelo visionário para manter seu público confortável e, aos poucos, virar uma empresa a mais, sem o élan típico dos tempos de Steve Jobs. Eis a encruzilhada enfrentada por Tim Cook e o legado deixado por seu fundador: continuar sendo revolucionário ou seguir fazendo o que já sabe? A segunda opção pode ser tranquilizadora em médio prazo, mas, numa economia digital, corre o risco não de marcar o fim da Apple, mas de fazer com que ela perca sua importância com o tempo. Quem não lembra da importância que tinham a Microsoft ou o Yahoo em outras épocas?

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