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Empresas e governo precisam desenhar juntos estratégias para que o Brasil não fique de fora da nova era de objetos e indústrias conectadas. A conclusão fez parte das discussões do evento Fóruns Estadão: IoT e Infraestrutura, realizado na última quarta-feira pelo Grupo Estado, com apoio da Hitachi.
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O debate abordou a importância da internet das coisas (IoT, na sigla em inglês) e o impacto da tecnologia nos mercados nacional e global.
A tecnologia prevê que dispositivos dotados de sensores sejam conectados em rede. Esses objetos conectados vão de relógios de pulso a turbinas geradoras de energia, passando por robôs industriais. Dessa forma, máquinas podem trocar informações e ajustar sua ação sem necessidade de interferência humana.
A expectativa é que, com a expansão do IoT, setores e indústrias passem por transformações radicais em todo o globo.
Para Marcos Cintra, presidente da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, o momento atual do País é de preocupação num cenário em que a produtividade é indispensável.
“Os índices hoje de produtividade do Brasil são vexatórios se comparados aos de outros países também em desenvolvimento”, afirmou Cintra.
Para ele, a má avaliação do Brasil em pesquisas mundiais sobre investimentos em áreas estratégicas para a competitividade e produtividade, como educação, acendem um sinal vermelho para o País, antes da chegada da tecnologia.
“Precisamos nos questionar se estamos preparados para essa tecnologia, num momento em que investimos apenas 1,3% do PIB em pesquisa e desenvolvimento e a Coreia do Sul investe 4%”, disse Cintra.
A participação tímida das empresas na implementação de IoT no Brasil também foi destaque no evento. Márcia Ogawa, líder de tecnologia, mídia e telecomunicações da Deloitte Brasil, acredita que o principal desafio do País não será a infraestrutura de telecomunicações deficitária, mas a falta de investimento das empresas brasileiras em projetos de larga escala de IoT.
“Avaliando o mercado nacional como um todo, não estamos prontos para o IoT. Sabemos que há muitos setores que precisam dessa tecnologia, como o de logística, mas o empresário nacional investe pouco nessa oportunidade”, completou.
Mão de obra qualificada não deve ser grande problema para a adoção da tecnologia, na visão dos participantes do painel.
Empreendedorismo. Marcelo Sales, diretor de produtos e soluções da Hitachi na América Latina, ressaltou que startups brasileiras têm apresentado soluções importantes para setores estratégicos como o agronegócio.
Por outro lado, grandes empresas do País deveriam passar da fase de somente armazenar dados, para analisá-los e usá-los em seu favor.
A conectividade em áreas afastadas das regiões centrais é um dos desafios apresentados para o pleno funcionamento do IoT. Lourival Lippmann Júnior, pesquisador dos Institutos Lactec, apresentou a tecnologia Long Range (LoRa) como possível solução. A tecnologia prevê baixo consumo de energia e longo alcance.
“A aplicação do LoRa é tão barata que poderia ser usada na coleta de lixo, por exemplo. Com o sensor instalado, é possível ver se está ou não na hora de recolher os resíduos de determinada lixeira pública”, afirmou Lippmann. A tecnologia já é usada em cidades da Europa para organizar o estacionamento em vias públicas.
A adoção de IoT é considerada inevitável por especialistas. Kazuhiro Ikebe, diretor presidente da Hitachi na América do Sul, ressaltou a urgência. “A sociedade já está toda conectada pela internet. Mesmo sem querer, já vivemos a era do IoT.”
'IoT é essencial para a indústria sobreviver'
Líder global de consumo e produtos industriais da Deloitte, Tim Hanley disse que estudos feitos pela consultoria já apontam que a internet das coisas é vista como prioridade por grandes indústrias em todo o mundo.
“Estamos na fase de implementação da tecnologia, em que os custos de comunicação e de sensorização diminuíram muito. Os diretores de tecnologia com quem conversamos estão admirados com a quantidade de informações que já conseguiram analisar”, completou.
Entre as tecnologias mais promissoras, o especialista destacou o uso de inteligência artificial em fábricas, a adoção de robôs que trabalham em parceria com humanos e o uso em larga escala de drones em setores como a agricultura.
A nova indústria também deve ser marcada pela colaboração entre companhias. “Vemos ecossistemas de empresas sendo formados”, destacou o consultor.
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