Ouro e dólar lideram ranking de investimentos em abril

O ouro e o dólar, conhecidos como dobradinha verde-amarela, retomou o topo dos investimentos mais rentáveis em abril. O ouro sustentou a liderança, com valorização de 3,45%, seguido do dólar paralelo, com 2,04%, e o comercial, com 1,59%. As aplicações em renda fixa vieram a seguir, fundos DI e CDBs para grandes valores empatados, com rentabilidade de 1,18%. As ações foram a pior opção de investimento no mês. A Bolsa de São Paulo voltou a fechar no vermelho, com perda de 1,28%, depois de ter acumulado desvalorização de 5,55% em março. Todas as aplicações, com exceção das ações, remuneraram o investidor com ganho superior à inflação de 0,56% calculada pelo Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), da Fundação Getúlio Vargas em abril. Os números de fechamento do mês, com o ouro e dólar na dianteira e a bolsa na lanterninha, refletem um conjunto de incertezas, alimentadas por fatores domésticos e externos. Pelo lado interno, a insegurança com resultados de pesquisas eleitorais que apontam amplo crescimento e vantagem do pré-candidato do PT, Luiz Inácio Lula da Silva. Causa mal-estar nos mercados a perspectiva de mudança na política econômica com possível vitória de um candidato da oposição. Desconforto, seguido de reação negativa dos mercados, também foi provocado pela revisão de inflação projetada para o ano que fez o Banco Central interromper a política de corte gradual dos juros básicos na última reunião do Copom. O clima de instabilidade no mercado foi fortalecido ainda pelo agravamento da crise argentina. O mercado financeiro inicia o novo mês amanhã, após o feriado do Dia do Trabalho, movido pelas expectativas com os resultados de nova pesquisas eleitorais e os rumos da crise na Argentina, além da convicção de que o Banco Central não deve retomar o corte dos juros tão cedo.