Para BNDES, fluxo de investimento pode retomar crescimento

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Por Agencia Estado
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O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Eleazar de Carvalho, afirmou hoje, antes de dar uma palestra para ministros da área de infra-estrutura de toda a América do Sul, que existe um fluxo de investimento em curso no País que pode alavancar a retomada do crescimento econômico. A avaliação foi feita com base nos pedidos de financiamento que estão sendo analisados pelo banco e que somam atualmente cerca de R$ 15,8 bilhões. "O volume de consultas mostra que existem projetos na economia que podem ou não se materializar, mas, para apresentar uma consulta, os empresários já têm intenção de investir", disse Carvalho, destacando como positivos os projetos destinados à exportação. Segundo ele, o objetivo da instituição é analisar os pedidos no prazo "menor possível para ver se os investimentos de materializam". Período de incertezas Questionado sobre a queda de 0,73% do Produto Interno Bruto (PIB) detectada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no primeiro trimestre deste ano, o presidente do BNDES disse que não iria "qualificar se o desempenho é péssimo ou não". Ele admitiu que o País está "claramente num período em que existe algumas incertezas", mas vislumbra números positivos para o segundo semestre, "até porque a base do ano passado foi (negativamente) influenciada pela crise de energia elétrica". Em sua palestra para os ministros que discutem um plano de integração física do continente, Carvalho destacou os crescentes desembolsos do BNDES para a área de infra-estrutura e serviços. Nos quatro primeiros meses do ano, por exemplo, o banco liberou R$ 3,35 bilhões para projetos do setor - 2,4 vezes mais do que no mesmo período do ano passado. Esse salto se deve principalmente aos investimentos em geração e distribuição de energia, que receberam R$ 1,8 bilhão do banco no primeiro quadrimestre. Em contrapartida, a indústria recebeu 28,3% menos recursos do que em 2001. No total, os desembolsos do banco chegaram a R$ 7,7 bilhões entre janeiro e abril deste ano, registrando um aumento de 17% em relação a 2001. O presidente do BNDES disse ainda que está acompanhando a situação das empresas do setor elétrico e de telecomunicações, mas negou que haja qualquer pedido extraordinário de ajuda financeira. "Pedidos de socorro não fazem parte da lista de produtos do banco", afirmou Carvalho. Sobre o setor de aviação comercial, Carvalho disse que o banco fez um diagnóstico identificando excesso de capacidade devido à quantidade de empresas operando no mercado, mas não pretende oferecer um "pacote" às companhias nem está analisando qualquer pedido de fusão. A proposta de capitalização da Varig, segundo ele, chegou ao conhecimento do banco e poderá levar até seis meses para ser avaliada. "O participação do banco dependerá do mérito da própria operação, uma operação que o mercado de capitais venha a absorver", afirmou.

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