A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) considera 2009 como um ano crítico no que diz respeito ao fornecimento de energia elétrica. "Neste ano, viveremos um momento justo. Há uma lacuna porque não existe a previsão de entrada em operação de novos projetos", disse nesta quarta-feira o diretor do departamento de infra-estrutura da Fiesp, Saturnino Sérgio da Silva, após reunião do Conselho Superior de Infra-Estrutura (Coinfra) da entidade. De acordo com o executivo, a Fiesp vem desenvolvendo estudos para elaborar sugestões que contribuam para evitar a escassez de energia. O trabalho dá continuidade ao esforço da entidade de formular propostas ao governo para viabilizar o crescimento do País. Recentemente, a Fiesp fez sugestões para a macroeconomia. "Estudamos o que é possível ser feito, agora em energia, para viabilizar a desejada expansão de 5% do Produto Interno Bruto (PIB)", esclareceu. Os estudos da entidade estão divididos em dois períodos: de 2007 a 2012 e pós-2012. No curto prazo, a Fiesp entende que governo deveria se esforçar para viabilizar as usinas com licenciamento já outorgado, casos de Estreito e Santa Isabel, mas que estão parados por problemas ambientais e judiciais. A partir de 2012, a prioridade são os projetos estruturantes, como o Complexo Hidrelétrico do Rio Madeira, Belo Monte e Angra 3. "Por serem projetos com longo prazo de maturação, é preciso que medidas sejam tomadas em 2007 e 2008 para que possam estar disponíveis a partir de 2012." Outro fator fundamental é a expansão da oferta de gás. Saturnino considera fundamental a antecipação das datas de implantação dos projetos de GNL, previstos para 2009. "Essas unidades podem evitar uma crise em 2009", justificou. Apesar disso, o executivo disse que há dúvidas quanto ao cumprimento dos cronogramas estipulados pela Petrobras para ampliar a oferta do insumo. "A Petrobras diz que há gás em Espírito Santo. Mas onde está o gasoduto?", justificou. Diante desse cenário, o executivo reconhece que se foi o tempo da energia barata e abundante para o setor industrial. "A realidade é que esses projetos possuem um custo marginal de expansão. Não adianta mais sonhar com uma energia barata", afirmou.