Inflação e preços das ações

Scott Sumner nos remete a David Glasner, que revela que os preços das ações tiveram uma correlação positiva com a inflação esperada desde 2008, sugerindo fortemente que a demanda agregada está no centro de nossos problemas.

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Por Paul Krugman (The New York Times)
Atualização:

Eu realmente gosto desse tipo de argumento. Para mim, a defesa de uma visão sticky-price (de rigidez de preços), Keynes-Friedman do mundo repousa principalmente em algumas correlações que se veem no mundo real - entre taxas de câmbio reais e nominais, por exemplo. E esse é um bom exemplo moderno.

Duas pequenas queixas. Uma é que a Figura 1, citada no trabalho, não está realmente lá, como sabem. Mas posso reproduzi-la, mais ou menos. Eis a comparação entre o índice S&P 500 e as TIPs (Treasury Inflation-Protected Securities) de 10 anos, a diferença entre as taxas de juros em 10 anos sobre bônus comuns do governo e sobre bônus protegidos da inflação:

 Foto: Estadão

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Isso é muito claro: a partir de algum ponto de 2008, a correlação tem sido admiravelmente próxima.

Dito isso, minha segunda queixa: aquela grande queda no spread das TIPS em 2008-2009 não esteve totalmente relacionada às expectativas de inflação. Aquele foi um período de extremo pessimismo, quando todos correram para ativos com maior liquidez. As TIPS, não sendo tão líquidas quanto os muito mais amplamente negociados bônus regulares, sofreram uma grande queda, que empurrou os rendimentos reais para cima. Assim, a grande queda ali verificada não esteve inteiramente ligada ao medo de deflação.

A correlação em 2009-10 é o que importa, porém. É demanda, o tempo todo.

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