Cresce o pessimismo dos economistas e o mercado financeiro já prevê que o crescimento da economia brasileira será menor que 2% este ano. Pesquisa semanal divulgada ontem pelo Banco Central mostra que a estimativa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) caiu pela 10ª semana seguida, de 2,01% para 1,90% na comparação com 2011. Após dados divulgados na semana passada, que mostram a estagnação da atividade econômica em maio, o mau humor aumentou e analistas reforçaram a aposta de que o PIB deve ter o pior desempenho desde 2009, quando amargou contração de 0,33%. Para piorar, a falta de ânimo começa a contaminar um horizonte mais longo e as estimativas de expansão em 2013 caíram de 4,2% para 4,1%. "As perspectivas econômicas globais têm sido o gatilho dessa desaceleração no Brasil. O problema é que, atualmente, o cenário mostra que as condições externas tendem a se agravar no segundo semestre", diz o economista da TOV Corretora, Pedro Paulo Silveira. "A atividade econômica de maio veio bastante fraca e sugere, no máximo, um crescimento do PIB de 1,5% em 2012", diz o economista, que é mais pessimista que a média do mercado. No cenário usado pela TOV, o PIB deve crescer entre 1,2% e 1,5% neste ano. Silveira cita que um dos problemas é que o conturbado quadro externo tem diminuído o otimismo dos empresários, o que reduz sensivelmente os novos projetos das empresas. / FERNANDO NAKAGAWA