O diretor e gás e energia da Petrobras, Ildo Sauer, reiterou nesta quarta-feira que a empresa não está disposta a aceitar aumentos no preço do gás boliviano, apesar de ter concordado com a ampliação do prazo de negociações em mais 60 dias. "Achamos que o contrato está equilibrado. Quando começamos a importar, em 1999, o gás custava US$ 1 por milhão de BTU e já remunerava o investimento. Agora, custando US$ 4, continua remunerando". Segundo ele, porém, a Petrobras vai continuar ouvindo s argumentos bolivianos. Sauer evitou comentar declarações recentes do governo vizinho, que ameaça ir à arbitragem internacional caso a estatal brasileira não colabore. "Respeito as declarações deles, mas não negociamos pela imprensa". De acordo com o executivo, os bolivianos ainda não apresentaram uma proposta para o aumento de preço. "A novidade com relação à Bolívia e que não há novidade", desconversou. Ele concedeu entrevista após participar da abertura do XI Congresso Brasileiro de Energia, no Rio. Tribunal O governo da Bolívia anunciou na terça-feira que, se nos próximos 60 dias não chegar a um acordo com o Brasil sobre o novo preço para a exportação do seu gás natural, está disposta a recorrer a um tribunal de arbitragem internacional. Segundo a Agência Boliviana de Informação, o ministro de Hidrocarbonetos, Andrés Soliz Rada, informou à imprensa que o governo não quer novas ampliações do prazo das negociações, iniciadas dia 29 de junho. A empresa estatal Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) e a Petrobras acertaram na sexta-feira passada estender por 60 dias as conversas sobre a reivindicação boliviana de aumentar o preço do gás exportado para o Brasil.