Os cargos mais importantes do governo no setor elétrico, ocupados atualmente por integrantes do PFL ou por afilhados políticos de pefelistas, deverão ser colocados à disposição do presidente Fernando Henrique Cardoso. O setor elétrico é da cota pefelista desde o primeiro mandato de FHC. O primeiro da lista é o ministro de Minas e Energia, José Jorge, que entrega o cargo ainda hoje. Jorge assumiu o ministério em 13 de março do ano passado, substituindo Rodolpho Tourinho, que também ocupou a pasta por indicação do ex-senador Antônio Carlos Magalhães. Mesmo tendo manifestado intenção pessoal de permanecer no ministério, onde atuou como um dos coordenadores do racionamento de energia, Jorge segue a orientação da executiva do PFL. Ele volta ao Senado para cumprir mandato por mais quatro anos pelo Estado de Pernambuco. Seguindo os passos do ministro, também deverá deixar o governo o secretário Executivo do ministério, Luiz Gonzaga Perazzo, que assumiu o posto a convite de José Jorge. O presidente da Eletrobrás, Cláudio Ávila, também filiado ao PFL, já declarou que seguirá a orientação do partido. O governo, no entanto, não exigirá a saída de Ávila, por considerar que se trata de um cargo técnico. O presidente de Furnas Centrais Elétrica, Luís Carlos Santos, é considerado um "caso à parte". A expectativa do governo é de que ele deverá se afastar do cargo no início de abril para disputar as eleições neste ano e reconquistar uma cadeira na Câmara. Santos foi líder do governo na Câmara no primeiro mandato de Fernando Henrique e foi indicado pelo presidente para comandar a estatal. O presidente da Eletronorte, José Antônio Muniz, apesar de técnico do setor elétrico, deverá colocar o cargo à disposição, já que é maranhense e muito ligado à família Sarney. Ainda está indefinida a permanência de Mozart de Siqueira Campos na presidência da Companhia Hidroelétrica do São Francisco (Chesf).
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