PIB cresce 1,4% no 1º trimestre, maior crescimento em quase 2 anos

Trata-se do maior da série deste tipo de comparação deste o terceiro trimestre de 2004

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Produto Interno Bruto Brasileiro (PIB) cresceu 1,4% no primeiro trimestre de 2006, tomando como base os últimos três meses de 2005, segundo divulgou nesta quarta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Trata-se do maior da série deste tipo de comparação deste o terceiro trimestre de 2004. "Este primeiro trimestre foi bem parecido como terceiro trimestre de 2004, quando o crescimento também foi baseado em investimento e na indústria", comentou a gerente de Contas Trimestrais do IBGE, Rebeca Palis. A expansão de 1,4% equivale a uma taxa anualizada de 5,7%. Contudo, o IBGE não divulga taxas anualizadas por ter objeções técnicas a esse procedimento, que procura projetar qual seria o crescimento anual da economia se ela continuasse crescendo a cada trimestre no mesmo ritmo sobre o trimestre anterior. "Só os americanos fazem isso (taxa anualizada). Nenhum outro país faz. Você corre o risco de magnificar uma coisa que pode não ser uma tendência", disse Rebeca. Na comparação com o mesmo período do ano passado o crescimento foi maior: 3,4%. Segundo o IBGE, os três setores que compõem o indicador, Agropecuária, Indústrias e Serviços, apresentaram crescimento no período, tomando como base o último trimestre de 2005. Os avanços foram de 1,1%; 1,7% e 0,8%; respectivamente. Os técnicos do instituto explicaram no documento de divulgação que, em relação aos componentes da demanda, destacou-se o crescimento da Formação Bruta de Capital Fixo, que foi de 3,7% no primeiro trimestre deste ano. No quatro trimestre de 2005 o avanço havia sido menor, de 1,7%, mostrando uma tendência de recuperação após a queda de 0,9% nos três meses imediatamente anteriores. As famílias também passaram a consumir mais. O crescimento foi de 0,5%, ao passo que o governo aumentou este indicador em 1%. As importações de Bens e Serviços cresceram 11,6% - o maior avanço desde o quarto trimestre de 1996. As exportações do mesmo tipo, por sua vez, cresceram 3,9%. Primeiro trimestre X primeiro trimestre A Indústria foi o setor com maior representatividade no crescimento de 3,4% do PIB no primeiro trimestre, tomando como base o mesmo período de 2005. A alta foi de 5%. O grupo de Serviços, por sua vez, avançou 2,8% - o melhor desempenho desde o primeiro trimestre de 2005. Por outro lado, a Agropecuária teve perda de 0,5%. Os técnicos do instituto explicaram que a retração da é explicada pelo declínio de alguns produtos na safra de 2006, segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA-IBGE) de abril. Exemplos são o cultivo do algodão, com perda de 22,4% da produção, seguido pelo de arroz, com -15,8%; e do amendoim, com -10,5%. Os casos de febre aftosa também surtem efeito na criação dos bovinos, que ainda não se recuperou. Na atividade industrial, o destaque foi a Extrativa Mineral, com crescimento de 12,6%, beneficiado pelo elevado aumento de 12,7% na produção de petróleo e gás e de 16,8% da produção de minério de ferro. Os setores de Construção Civil, com alta de 7%; Serviços Industriais de Utilidade Pública, com 4,3%; e a Indústria de Transformação, com 3%; também tiveram sua representatividade. No grupo de Serviços os maiores crescimentos foram o do Comércio atacadista e varejista, com expansão de 4,8%; e Transportes, com 3,6%. Nos últimos quatro trimestres, a alta está em 2,4%, tomando como base os quatro trimestres imediatamente anteriores. Vale lembrar que em 2005 o crescimento foi de 2,3%. O QUE É O PIB? O Produto Interno Bruto (PIB) representa o total de riquezas produzido num determinado período num país. É o indicador mais usado para medir o tamanho da economia doméstica. No Brasil, o cálculo é realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), órgão responsável pelas estatísticas oficiais, vinculado ao Ministério do Planejamento. O cálculo do PIB leva em conta o acompanhamento de pesquisas setoriais que o próprio IBGE realiza ao longo do ano, em áreas como agricultura, indústrias, construção civil e transporte. O indicador inclui tanto os gastos do governo quanto os das empresas e famílias. Mede também a riqueza produzida pelas exportações e as importações. O IBGE usa ainda dados de fontes complementares, como o Banco Central, Ministério da Fazenda, Agência Nacional de Telecomunicações e Eletrobrás, entre outras. Este texto foi atualizado às 10h21.

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