O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro totalizou R$ 1,9 trilhão em 2005, divulgou, na manhã desta quinta-feira, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Com o resultado, o Brasil subiu quatro posições no ranking de maiores economias do mundo, colocando-se agora em 11º lugar ante 15º registrado em 2004, segundo o economista da Austin Rating Alex Agostini. O montante total foi ao encontro do crescimento de 2,3% anunciado pelo instituto em fevereiro. O PIB per capita, definido como a divisão do total do PIB a preços correntes pela população residente, atingiu R$ 10.520 em 2005. Em 2004, foi de R$ 9.810. O diretor de Política Econômica do Banco Central, Afonso Bevilaqua, afirmou que o relatório de inflação confirma a previsão anterior de que a economia brasileira iria consolidar uma trajetória de crescimento sustentável no médio prazo. Ao fazer referência a dados do nível de atividade, especialmente à recuperação da economia no último trimestre de 2005, Bevilaquia disse que estes elementos "corroboram o cenário de aceleração do crescimento econômico". Ele avalia que o crescimento do PIB ocorre de forma generalizada, mas deu especial destaque ao comportamento da indústria, que no último trimestre do ano passado cresceu 1,4%, revertendo a queda de 0,9% no trimestre anterior. Ele também salientou o consumo das famílias, que no último trimestre de 2005 avançou 3,4% ante igual período de 2004. O diretor fez referência também ao processo de redução de estoques ocorrido nos dois últimos trimestres do ano passado, que são revelados pela comparação do resultado do PIB com os dados da demanda. Mas ele avalia que esse processo não deve persistir de forma indefinida e, em breve, será revertido. Setores O setor de serviços puxou o PIB do ano passado, totalizando R$ 985,3 bilhões. A indústria ficou com R$ 690,6 bilhões e o setor agropecuário, R$ 145,8 bilhões. Com relação às participações de cada setor de atividade, a agropecuária apresentou redução na participação frente a 2004, alcançando 8,4% contra 10,1%. Em contrapartida, os setores da indústria (38,9% de participação em 2004 e 40% em 2005) e serviços (55,6% em 2004 e 57,0% em 2005) apresentaram desempenhos positivos. Previsão O economista da Austin Rating Alex Agostini já tinha previsto a colocação do Brasil no ranking, a pedido da Agência Estado em 24 de fevereiro deste ano. Com o dado do PIB desta quinta-feira, o Brasil passou a Holanda, o México, a Austrália e a Índia. Para chegar a esta conclusão, o economista da Austin transformou os valores em reais do PIB em dólar, que é a forma de comparar as economias de vários países utilizada pelo Fundo Monetário Internacional (FMI). Para isto, utilizou o câmbio médio de 2005 (R$ 2,4341), divulgado pelo Banco Central brasileiro como referência. Agostini salientou, porém, que estes dados são passíveis de modificação porque o último dado disponível do Fundo Monetário Internacional (FMI) para fins comparativos é de setembro. Uma atualização dos números está prevista para o final do próximo mês. De acordo com Agostini, ainda que positiva, a subida do Brasil nos dois rankings - o mundial e o da América Latina - deve-se mais ao câmbio do que ao desempenho efetivo da atividade do País. Ele já havia lembrado em fevereiro, em entrevista à AE, que esta não seria a primeira vez que o Brasil se beneficia de uma apreciação de sua moeda em relação ao dólar para obter boas colocações no mundo. Este texto foi atualizado às 15h27.