Plano de Bush não beneficia estrangeiro que investe em bolsa

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Por Agencia Estado
Atualização:

A isenção de impostos sobre dividendos de ações que faz parte do pacote de estímulo à economia apresentado esta semana pelo presidente dos EUA, George Bush, trará poucos benefícios para investidores em ADRs (títulos denominados em dólar que representam ações de companhias não-americanas) e nenhum para os investidores estrangeiros. Essas limitações tornaram-se evidentes nas informações dadas por funcionários do Departamento do Tesouro na noite de quarta-feira. Muitos portadores de ADRs não serão beneficiados porque, para qualificar-se para as isenções previstas no plano Bush, as empresas precisam pagar impostos nos EUA, o que frequentemente não acontece. Como resultado, muitos ADRs poderão perder atrativo para os investidores norte-americanos. Os investidores norte-americanos que aplicam em fundos poderão ser os mais afetados pela falta de isenção do imposto sobre dividendos para os ADRs, porque eles são os maiores portadores de recibos de ações estrangeiras. Segundo a ADR.com, os maiores são Fidelity Management & Research, Putnam Investment Management, State Street Global Advisors e Templeton Investment Council. Dos cerca de 550 ADRs que atualmente são negociados nas bolsas norte-americanas, os principais são BP (British Petroleum), GlaxoSmithKline, Novartis, Royal Dutch Petroleum e HSBC Holdings. Segundo o analista Robert Willens, da Lehman Brothers, o esclarecimento dado pelos funcionários do Tesouro sobre o plano pegou os investidores em ADRs de surpresa e "eles estão berrando de raiva". De acordo com o pacote apresentado por Bush, os investidores estrangeiros também não se qualificam para a isenção do imposto sobre dividendos, porque eles não declaram Imposto de Renda nos EUA. Investidores estrangeiros têm em carteira cerca de 20% de todas as ações norte-americanas. "Podemos ver alguns investidores institucionais estrangeiros dizendo: ´Ei, e quanto a nós?´ Mas. ao mesmo tempo, nada está sendo tirado deles", disse o chefe de políticas de investimento da divisão de clientes privados da Merrill Lynch, Chris Hyzy. Para ele, o pacote proposto por Bush é adequado, porque o objetivo do plano é beneficiar os contribuintes norte-americanos, e não tirar dinheiro dos EUA.

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