GENEBRA - O banco Credit Suisse concordou em pagar US$ 5,3 bilhões para encerrar um processo aberto pelas autoridades americanas que acusavam a instituição de ter enganado clientes e investidores ao vender hipotecas e dar empréstimos, criando as condições para a crise mundial de 2008.
Pelo entendimento anunciado pelo Departamento de Justiça dos EUA, o banco suíço aceitou pagar US$ 2,4 bilhões em multas, além de dar mais US$ 2,8 bilhões para compensar clientes. Esse pacote ainda incluiu perdoar dívidas de quem teria pego empréstimos antes de 2008, quando os mercados desabaram diante da crise do sub-prime.

Segundo o procurador Bill Baer, o banco admitiu que vendia seguros de hipotecas que “provavelmente entrariam em falência”. Para o Credit Suisse, o acordo “permite que o banco deixe esse legado para trás”.
O banco perdeu 2,5% no valor de suas ações nesta quarta-feira, diante do anúncio. De acordo com as investigações, empregados do Credit Suisse chegaram a considerar os empréstimos como “lixo completo”.
Num dos exemplos usados pelo Departamento de Justiça, 85% dos empréstimos dados no caso de um empreendimento para 10 mil pessoas jamais deveriam ter sido concedidos pelo banco. Ao comentar internamente o negócio, um dos administradores do Credit Suisse escreveu em um email a outro funcionário que as recompensas no setor de trading seriam enormes.
No ano passado, o Deutsche Bank já havia acertado um pagamento de US$ 7,2 bilhões em um caso similar com o Departamento de Justiça dos EUA. Inicialmente, os americanos pediam US$ 15 bilhões.
No total, desde 2012, o governo americano já aplicou multas e fechou acordos com bancos no total de US$ 46 bilhões por conta da crise no setor de empréstimos, hipotecas e moradia.