Pré-sal abre leque de oportunidades em alto-mar

Trabalho em plataforma de petróleo tem escala de 14 dias; profissionais recebem adicionais como o de periculosidade

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Foto do author Fernando Scheller

O crescimento do setor de petróleo no País, especialmente com o início efetivo da exploração do pré-sal, abre uma nova fronteira de oportunidades de emprego: a atividade off shore, exercida em alto-mar. Além dos profissionais diretamente ligados ao setor petrolífero, as plataformas de produção demandam também pessoal de apoio, como especialistas em segurança, cozinheiros e pilotos de helicóptero.Somente para a função de sondador - técnico responsável por operar a sonda que retira petróleo do mar -, há 5 mil vagas em aberto, afirma José Renato de Almeida, coordenador executivo do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp). Ele explica que a demanda por trabalhadores off shore está inserida nas necessidades de mão de obra para todo o segmento de óleo e gás, calculada pelo Prominp em 212 mil profissionais até 2014.Quem se interessa pelo setor terá de se adaptar a uma realidade diferente de trabalho: a escala nas plataformas de petróleo é de 14 dias de trabalho para 14 dias de folga. Entretanto, o "prêmio" pelo isolamento em alto-mar costuma ser de 30% em relação aos salários pagos em terra, segundo dados de mercado. Além disso, os adicionais de embarque e de periculosidade podem garantir um "extra" de até 67% sobre os vencimentos originais.Expansão. Segundo o diretor da área off shore da empresa de refeições coletivas GRSA, Antonio Carlos Barbosa dos Reis, a empresa prevê dobrar o tamanho de sua operação em alto-mar até o fim deste ano: a companhia tem atualmente 350 funcionários envolvidos em seis operações e prevê fechar 2011 com 700 profissionais na área, entre cozinheiros, confeiteiros, padeiros e garçons. Além do conhecimento técnico, Reis diz que os profissionais passam também por cursos de segurança necessários à atuação no setor de petróleo.A área de transportes também abre oportunidades a profissionais interessados na atuação off shore. O comandante Luiz Soares atua em uma empresa que presta serviços para empresas em Macaé (RJ). Ele diz que a atividade oferece mais estabilidade profissional do que o transporte de executivos, mais sujeito à variação de demanda.Soares recebe salário líquido de R$ 13 mil e faz a escala de 14 dias comum ao trabalho off shore. O comandante diz que um piloto pode ganhar o dobro transportando executivos - nesses casos, porém, a carga de trabalho é definida pelo contratante.Soares diz que há vagas para pilotos nas plataformas de exploração, mas a contratação esbarra nas exigências do segmento, considerado de alta periculosidade. Com o objetivo de reduzir o gargalo de mão de obra, a Associação Brasileira de Pilotos de Helicópteros (Abraphe) informa que negocia com as empresas a criação um programa de formação de pilotos para o setor.TRABALHO REMOTOOperaçãoO trabalho em uma plataforma de petróleo demanda, em média, 180 profissionais.TreinamentoA atuação em plataformas exige que os profissionais recebam treinamento de segurança.BenefíciosO "prêmio" pelo isolamento pode ser de 30% em relação aos salários pagos em terra. Há também outros adicionais, como o de periculosidade.

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