Procon pode mover ação contra GM

O Procon-SP pode mover um processo de sanção administrativa ou mesmo uma ação civil pública contra a General Motors. O órgão de defesa do consumidor está criticando o modo como a empresa está informando os clientes sobre o recall do Corsa.

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Por Agencia Estado
Atualização:

O Procon de São Paulo pode mover um processo de sanção administrativa ou mesmo uma ação civil pública contra a General Motors do Brasil por causa da forma com que a montadora está conduzindo o maior processo de recall já realizado no País, que vai envolver cerca de 1,2 milhão de veículos Corsa, dos quais 400 mil em São Paulo. Segundo a diretora de atendimento do órgão, Maria Lumena Sampaio, a convocação, na verdade, "está sendo feita pela imprensa e não pela empresa." O conserto só começará a ser feito na quarta-feira. Maria Lumena disse que o Código de Defesa do Consumidor determina que os consumidores sejam avisados de problemas que envolvam sua segurança assim que forem detectados. "Não é o que está ocorrendo, a empresa sabia do defeito, mas não se manifestou de imediato e, mesmo após a notícia ter sido publicada na imprensa, quis se manifestar, nem mesmo para informar quais modelos estão envolvidos", disse. O Procon deve decidir se encaminhará o processo até a próxima semana. GM explicará recall na segunda A General Motors está convocando a imprensa para uma entrevista na próxima segunda-feira, na fábrica de São Caetano do Sul, para explicar a dimensão do recall. Na noite de terça-feira, a montadora divulgou um comunicado confirmando a medida para os modelos produzidos entre 1994 e 1999. A nota dizia que o problema está relacionado "à potencial fadiga de material de um componente de fixação do cinto de segurança, próximo à alavanca do freio de mão. Também afirmava que "a falha não causa acidente, contudo, em caso de forte impacto, a fixação do cinto poderá se soltar comprometendo a segurança dos ocupantes dos bancos dianteiros." Segundo os concessionários, será providenciada a inclusão de mais um parafuso para reforçar o suporte do cinto nos trilhos dos bancos dianteiros. Reparo só na quarta O serviço, segundo os revendedores, pode ser feito entre 15 minutos e meia hora e é gratuito para o proprietário. O reparo só começará a ser feito a partir da quarta-feira, dia 18, mas já há lojas agendando serviços, como o grupo Pompéia. Denis Marum, diretor de pós-venda da Pompéia, disse que as três lojas do grupo também terão um serviço noturno. Para o professor de engenharia da Escola Politécnica da USP, Mauro Zilbovicius, as montadoras não estão realizando testes de inspeção de qualidade do produto, nem mesmo por amostragem. Desde que foram introduzidos os certificados de qualidade, como o QS e o ISO, as empresas apenas usam como base a qualificação do processo de produção. Fornecedor do cinto diz que falha é da GM A empresa Chris Cintos, fornecedora dos cintos de segurança utilizados pela GM no Corsa, informou ontem que a fixação do equipamento nos bancos dos carros e o parafuso utilizado na operação são de responsabilidade da montadora. Segundo a empresa, os cintos também são utilizados por outras fabricantes. Uma das possíveis explicações para o defeito na colocação do equipamento seria o ângulo de inclinação do parafuso de fixação.

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