Produção industrial sobe em todas as comparações

O chefe do departamento de indústria do IBGE, Silvio Sales, destacou a "confirmação dos sinais de aquecimento da demanda interna" como principal novidade da pesquisa industrial de novembro.

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Por Agencia Estado
Atualização:

A produção industrial brasileira cresceu 4,6% em novembro ante igual mês de 2001, segundo divulgou hoje o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Houve aumento na produção do mês em todos os indicadores: ante outubro, crescimento foi de 0,5%; no acumulado de janeiro a novembro ante igual período no ano anterior, incremento foi de 2,1%; nos últimos 12 meses até novembro, foi de 1,4%. O chefe do departamento de indústria do IBGE, Silvio Sales, disse que os indicadores de novembro revelam a manutenção da trajetória positiva da produção industrial, já que as taxas vêm apresentando crescimento há seis meses. Segundo ele, o segmento de petróleo e derivados, agroindústria e setores voltados para exportação continuam sendo as principais influências positivas para o desempenho da produção, mas já há sinais de recuperação em setores industriais que dependem mais da demanda interna. Na comparação com o mês imediatamente anterior, o resultado de novembro marca o sexto mês consecutivo de taxas positivas. Assim, entre maio e novembro de 2002 a produção fabril se elevou em 5,1%. O aumento de 0,5% registrado de outubro para novembro reflete o movimento positivo observado em 13 dos 20 ramos pesquisados e em três categorias de uso. O segmento de bens de capital assinalou crescimento de 2,7%, vindo a seguir bens de consumo duráveis (0,6%) e bens intermediários (0,3%). A produção de bens de consumo semi e não-duráveis repetiu o nível do mês anterior (taxa zero). Números confirmam sinais de aquecimento da demanda O chefe do departamento de indústria do IBGE, Silvio Sales, destacou a "confirmação dos sinais de aquecimento da demanda interna" como principal novidade da pesquisa industrial de novembro. Segundo Sales, a recuperação industrial, revelada em todos os indicadores da pesquisa, continua sustentada sobretudo pelo desempenho das exportações, petróleo e agroindústria, mas a demanda interna "mostrou algum fôlego". Os principais exemplos dessa recuperação do consumo, segundo o economista, foram os desempenhos dos segmentos de insumo para construção civil, automóveis e embalagens. No caso dos insumos para construção, voltados para o mercado interno, houve um aumento na produção de 4,5% nas vendas em novembro ante igual mês do ano passado. Os crescimentos na produção desse segmento vêm ocorrendo desde setembro e, para Sales, representam um sinal importante de aquecimento de demanda. As vendas de veículos também cresceram em novembro (15,8%), voltadas especialmente para o mercado doméstico. Sales sublinhou que as exportações de automóveis também aumentaram, mas não representam mais de 20% da produção do setor. No caso das embalagens o aumento na produção foi de 2,9% em novembro ante igual mês de 2001. Segundo o economista, esse é um segmento considerado um sinalizador de aumento de demanda. Outro exemplo do crescimento do consumo, segundo Sales, é o aumento da produção dos duráveis (8,6%) no mês. No ano, crescimento positivo O crescimento acumulado de 2,1% na produção industrial de janeiro a novembro deste ano é "positivo, mesmo sendo modesto", segundo avalia Silvio Sales. Ele lembrou que as empresas enfrentaram neste ano obstáculos como a instabilidade do câmbio, a restrição ao crédito e as incertezas das eleições. Diante desse quadro de crise, a produção só reverteu a trajetória de queda alavancada pelas exportações, petróleo, agroindústria e pelo recente aquecimento da demanda interna. O indicador acumulado de 12 meses reverteu o sinal negativo, passando de -0,9% até outubro para 1,4% até novembro, comparativamente aos 12 meses imediatamente anteriores. O crescimento acumulado no ano acelerou em novembro para 2,1%, ante 1,8% em outubro e 1% em setembro. Sales sublinhou também que o crescimento da produção em novembro (4,6%) ante igual mês do ano anterior não foi resultado apenas da base de comparação deprimida do ano passado, mas da continuidade do processo de recuperação industrial. A prova, segundo ele, é que a produção no mês cresceu 2,7% ante igual mês de 2000, ano de bons desempenhos da indústria.

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