Professor defende ações compensatórias contra desemprego

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Por Agencia Estado
Atualização:

O professor da Universidade de São Paulo (USP), especializado em Relações do Trabalho, Arnaldo Mazzei Nogueira, defendeu hoje a aplicação de políticas compensatórias em setores da economia para reduzir os índices desemprego. "Faz-se urgente a aplicação de políticas compensatórias, a curto e a médio prazos, o que significa dar suporte para setores empregadores de mão-de-obra", de acordo com Nogueira. Para o professor, a construção civil, as pequenas e médias empresas, o setor doméstico e os de baixa intensidade tecnológica, como confecções e calçados, são os que merecem maior atenção nesse sentido. Os ajustes das empresas, a política econômica direcionada ao controle do crescimento para manter a estabilidade monetária, a complexidade crescente no poder de negociação dos sindicatos com as empresas, e o próprio desequilíbrio da economia formal são os fatores apontados por Nogueira que mais contribuIram para o nível recorde de desemprego na região Metropolitana de São Paulo, de 20,4%, no mês de abril, divulgado ontem pelo Seade/Dieese. "Isto significa que um em cada cinco trabalhadores está desempregado. Trata-se de um índice alarmante", disse. "O único país que mais recentemente ultrapassou esse índice é a Argentina, com 25% a 30% de desempregados, porque está sofrendo uma crise econômica aguda e terminal. Segundo Nogueira, desde a década de 90, as empresas estão buscando diminuir seus custos com ajustes nos seus quadros, estabelecendo modalidades informais de contratação. Nogueira ainda analisa a ligação direta entre o alto índice de desemprego e a queda de renda da população, que tem se refletido na diminuição dos itens de consumo, hoje restritos ao básico, como a alimentação. "O fato de uma cidade do porte de São Paulo estar passando por esta fase, hoje, é um alerta para problemas graves de nível nacional num futuro próximo, que deverão ser solucionados por uma política econômica eficaz", diz o professor.

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