Consultores, analistas de mercado e acadêmicos especializados em crescimento econômico já davam como certo que em 2015 o Brasil terminaria o ano no vermelho. Será uma retração na casa de 2% – a maior desde que a economia encolheu 4,3% em 1990. Os indicadores não deixavam dúvida (veja quadro abaixo). Alimentava-se a esperança de que o cenário seria de lenta recuperação, seguida em 2016 de crescimento – um crescimento pífio, mas crescimento. Na semana que passou, os especialistas começaram a rever – para baixo – as projeções do ano que vem. Porém, veio do próprio governo a sinalização de que tende a prevalecer o cenário traçado pelo pior dos pessimistas. O índice de atividade do Banco Central, que funciona como uma prévia da expectativa do desempenho da economia, indicou que a recessão pode se prolongar e tomar conta do País também em 2016. Durante a reunião do Conselho Nacional de Política Fazendária, sexta-feira, no Rio de Janeiro, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, confirmou a tendência ao declarar que o Brasil passa por uma transição “um pouco difícil”.
O Estado publica hoje uma série de entrevistas e artigos que analisam as origens da estagnação e indicam alternativas para que o País volte a crescer. Não será fácil. “A gente viveu de forma artificial durante muitos anos. Agora precisa piorar antes de melhorar”, diz o professor Samuel Pessoa, do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (IBRE/FGV).
