A propaganda brasileira passou sem crise pelo primeiro semestre. O setor movimentou R$ 8,9 bilhões, 13,4% acima do mesmo período de 2001, numa recuperação do ano anterior, disse hoje o presidente do Festival Mundial de Publicidade de Gramado, Reinaldo Lopes. Além de compensar as perdas de 2001, que foi de queda mundial em torno de 15% no setor, o primeiro semestre deste ano teve o impulso de eventos sazonais, como Copa do Mundo e eleições, descreveu Lopes, durante o lançamento da 14ª edição do festival, maior evento do gênero na América Latina, segundo os organizadores. Na próxima edição, que será realizada entre 11 e 13 de junho de 2003 na cidade serrana de Gramado (RS), o festival completa 28 anos. No evento anterior, em 2001, 2.517 peças foram inscritas. Em 1999, tinham sido 1.822 trabalhos. O festival premia peças em três idiomas: português, espanhol e inglês. O número de participantes, que chegou a três mil em 2001, deve crescer cerca de 20% no próximo ano. O festival é promovido pela Associação Latino-Americana de Agências de Publicidade (Alap), entidade criada em 1983, durante uma edição do evento. A situação do mercado brasileiro não é regra na América Latina. Lopes lembrou que países como a Colômbia e Argentina tiveram problemas no setor. Ele observou que as atividades de comunicação quase dobraram de tamanho entre 1995 e 2000, quando veio um ajuste, após a euforia das empresas de Internet. Como mídia, a Internet representa de 2% a 3% da verba publicitária e não tem crescido, disse Lopes. Para ele, ainda não está clara a principal função da Internet, que será definida nos próximos anos. Lopes fez uma analogia com a invenção do telefone, que deveria transmitir notícias e músicas quando foi criado e levou 25 anos para se consolidar como um serviço de comunicação entre pessoas.
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