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São Paulo, Rio, Minas e Bahia puxam queda na renda do trabalhador

Desemprego recuou em 22 das 27 unidades da federação na passagem do primeiro trimestre para o segundo, mostra o IBGE

Por Daniela Amorim (Broadcast)
Atualização:

RIO - A queda na renda do trabalhador brasileiro no segundo trimestre foi puxada por remunerações mais baixas nos estados brasileiros mais empregadores, como São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta sexta-feira, 12, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No segundo trimestre, o salário médio real do trabalhador ocupado no País era de R$ 2.652, R$ 142 a menos que o recebido um ano antes, queda de 5,1%. Em São Paulo, a renda média era superior à média nacional no segundo trimestre, R$ 3.248, R$ 195 a menos que um ano antes, queda de 5,6%. No Rio de Janeiro, a renda média era também de R$ 3.248, R$ 347 a menos que um ano antes, recuo de 9,7%. Em Minas Gerais, a renda média foi de R$ 2.335 no segundo trimestre, R$ 96 a menos que um ano antes, queda de 3,9%. Na Bahia, os R$ 1.711 atuais significam uma queda de 7,8% em relação a um ano antes, menos R$ 144.

“Embora sejam minoria os locais onde houve queda significativa, essas Unidades da Federação onde houve queda no rendimento são as que congregam grande número de trabalhadores. São os casos de São Paulo, Bahia, Minas Gerais e Rio de Janeiro. A queda de fato no rendimento dessas regiões puxou o resultado nacional”, afirmou Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE.

No segundo trimestre, o salário médio real do trabalhador ocupado no País era de R$ 2.652, R$ 142 a menos que o recebido um ano antes Foto: Amanda Perobelli/Reuters

Mais empregados, menores salários

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São Paulo (23,798 milhões de ocupados), Minas Gerais (10,611 milhões de ocupados), Rio de Janeiro (7,820 milhões de ocupados) e Bahia (6,037 milhões de ocupados) somam 48,266 milhões dos 98,269 milhões de trabalhadores ocupados no mercado de trabalho no segundo trimestre.

Houve queda estatisticamente significativa na renda média do trabalho em sete das 27 Unidades da Federação no segundo trimestre de 2022 ante o segundo trimestre de 2021.Além dos quatro estados mencionados, também houve perdas relevantes em Santa Catarina (-5,5%), Sergipe (-12,0%) e Pernambuco (-12,8%). Outras oito Unidades da Federação também tiveram retração na renda média, porém dentro da margem de erro da pesquisa, justificou o IBGE.

“Você tem até mais pessoas trabalhando, mas trabalhando em atividades de menores rendimentos. Ou as pessoas estão conseguindo trabalho, porém com salários menores. O próprio efeito da inflação vem sendo um elemento que contribui bastante para essa retração. Mas, acho que de maneira mais preponderante mesmo, é que as pessoas que estão conseguindo trabalho, elas estão trabalhando em média com salários menores. Isso parece ser um movimento que está ocorrendo majoritariamente no País”, justificou Beringuy.

A pesquisadora do IBGE frisa que há um avanço consistente no número de pessoas trabalhando, inclusive com crescimento no total de vagas com carteira assinada no setor privado.

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“O rendimento ele não está respondendo à melhoria qualitativa no mercado de trabalho”, disse ela. “Há uma tendência bastante consistente de retração na taxa de desocupação pelos diversos estados do País.”

No entanto, a melhora no emprego não se traduz ainda numa expansão da renda em termos reais, ou seja, quando é descontada a inflação dos rendimentos nominais.

“A gente sabe que o processo inflacionário está distribuído em todas as Unidades da Federação”, apontou Beringuy. “Esse processo de crescimento dos preços ocorre em todo o País. Isso pode ser parte de uma explicação possível pra que não haja essa expansão do rendimento em termos reais”, acrescentou.

Desemprego cai em 22 UFs

A taxa de desemprego teve um recuo estatisticamente significativo em 22 das 27 unidades da federação na passagem do primeiro trimestre de 2022 para o segundo. Nos demais cinco estados também houve redução, mas a variação ficou dentro da margem de erro da pesquisa.

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No segundo trimestre, as maiores taxas de desocupação foram as da Bahia (15,5%), Pernambuco (13,6%) e Sergipe (12,7%). Os menores resultados ocorreram em Santa Catarina (3,9%), Mato Grosso (4,4%) e Mato Grosso do Sul (5,2%). Na média nacional, a taxa de desemprego desceu de 11,1% no primeiro trimestre para 9,3% no segundo trimestre deste ano.

Desigualdades de raça e gênero

Apesar da melhora no mercado de trabalho, o desemprego entre as mulheres permanecia consideravelmente mais elevado do que entre os homens no País no segundo trimestre de 2022. A taxa de desemprego foi de 7,5% para os homens no segundo trimestre, ante um resultado de 11,6% para as mulheres.

Por cor ou raça, a taxa de desemprego ficou abaixo da média nacional para os brancos, em 7,3%, muito aquém do resultado para os pretos (11,3%) e pardos (10,8%). A taxa de desocupação para as pessoas com ensino médio incompleto foi de 15,3%, mais que o triplo do resultado para as pessoas com nível superior completo, cuja taxa foi de 4,7%.

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