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Opinião | Jovem aprendiz: o futuro da sua empresa começa aqui

O papel do programa social nas empresas e seus impactos na formação de profissionais da nova geração

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Por Tiago Mavichian
Atualização:

O ano de 2024 registrou a maior adesão histórica ao programa Jovem Aprendiz, instituído há mais duas décadas pela Lei 10.097/00 para fomentar a inclusão e capacitação de jovens com idade entre 14 e 24 anos no mercado de trabalho.

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Hoje, segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, há cerca de 614 mil jovens aprendizes em sua primeira experiência profissional no país. Embora se trate de um número importante, uma vez que o programa é focado em jovens de baixa renda e em situação de maior vulnerabilidade social, a verdade é que ele poderia ser muito maior considerando os índices de desemprego desta parcela da população.

Para se ter uma ideia: enquanto o desemprego geral é de 6,6%, segundo dados recentes do IBGE, para os jovens nessa faixa etária chega a 14,2%. Para impulsionar o programa, a legislação exige que empresas com mais de 7 empregados em funções que demandem formação profissional, excluindo micro e pequenas empresas e organizações sociais, sejam obrigadas a contratar uma quantidade de aprendizes equivalente a 5% a 15% do total de seus funcionários.

Há cerca de 614 mil jovens aprendizes em sua primeira experiência profissional no país. Foto: auremar - stock.adobe.com

Mesmo sendo uma obrigação legal, empresas podem (e devem) montar uma estratégia de talentos para esses jovens, obtendo bons resultados tanto para os profissionais de primeira viagem quanto para a organização. Para um jovem de baixa renda, uma primeira oportunidade que o exponha a aprendizados, com processos, mentoria, reuniões, cursos, palestras e workshops, representa a possibilidade de transformar radicalmente suas perspectivas profissionais futuras.

Sem dúvidas, em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, a experiência prévia é um fator determinante para a empregabilidade. Além disso, muitos jovens utilizam o salário para compor a renda em casa, proporcionando um alívio econômico significativo para seus familiares.

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Nas organizações, a alta liderança tende a enxergar o programa como uma oportunidade de desenvolvimento de talentos da nova geração. Já a liderança tática costuma ver nas contratações de aprendizes um potencial de contribuição real para o dia a dia, sendo parte da estratégia para desafogar áreas muito demandadas e com grandes desafios burocráticos, por exemplo.

Com mais de 18 anos de experiência formatando programas de Jovem Aprendiz para grandes companhias, observo que gestores reconhecem a capacidade dos aprendizes de contribuir significativamente para suas equipes. Com capacitação e orientação adequadas, esses jovens podem assumir tarefas e entregar resultados importantes. A experiência de agregar jovens a um ambiente corporativo também pode ser enriquecedora para os funcionários mais experientes, que atuam como mentores e facilitadores no processo de aprendizagem.

Além contribuir para a inserção de jovens vulneráveis no mercado de trabalho, as empresas que contratam jovens aprendizes têm benefícios fiscais, como a isenção de multa rescisória e de aviso prévio, além de um desconto no FGTS, de 2% em vez dos 8% previstos na contratação de um funcionário convencional.

Quando a lei para os jovens aprendizes foi instituída, a implementação do programa dentro das companhias era considerada um desafio para o time de gestão de pessoas, mas mudou bastante. Agora, os Rhs e gestores, em geral, já estão mais habituados ao modelo e regras do Programa, entendem o papel de formação e todos saem ganhando.

O crescimento da importância no programa tornou necessário o reconhecimento do perfil do aprendiz, que pode estar na escola ou no ensino técnico, bem como da criação de estratégias para reconhecimento das habilidades certas para posição e área que serão ocupadas pelos profissionais de primeira viagem. Estes jovens, embora ainda estejam amadurecendo, costumam agregar interesse e energia para os times.

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Ao conversar com as lideranças sobre o Programa Jovem Aprendiz, costumo questionar: “Você se lembra da sua primeira entrevista e do seu primeiro emprego?”. A grande verdade é que não importa o tamanho do sucesso, todas as pessoas precisam de uma primeira oportunidade para dar o pontapé inicial na carreira — ninguém começa um trabalho sabendo de tudo. Portanto, é importante que as empresas deem oportunidade, exposição a desafios, feedback contínuo e treinamento para permitir que o jovem seja produtivo e cresça como pessoa e como profissional. Isto agrega valor às organizações, ao jovem e à sociedade.

Opinião por Tiago Mavichian

CEO e fundador da Companhia de Estágios. Graduado em administração pela Fecap, com pós-graduação em gestão de pessoas pelo Mackenzie, possui mais de 20 anos de experiência na área de RH

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