Não faz muito tempo que se viam nas ruas do Brasil manifestações contra o pagamento da dívida externa brasileira. O "fora FMI", que pregava o calote no Fundo Monetário Internacional, virou um jargão em alguns grupos da sociedade. A Igreja Católica chegou a organizar um movimento para que os credores internacionais perdoassem a dívida de países pobres.
Agora, o país mais rico do mundo está cada vez mais preocupado com sua estratosférica dívida. O jornal "The Washington Post" analisou da proposta orçamentária do presidente Barack Obama e constatou que, se o texto for levado adiante, o governo dos EUA vai quadruplicar, em uma década, os gastos com pagamento de juros.
Isso significa, segundo os cálculos do "Washington Post", que "cada homem, mulher e criança [dos EUA] pagará mais de US$ 2.500 por ano para cobrir o desregramento ocorrido no passado".
Mas uma observação há que ser feita. No Brasil, o clima de festa gerado quando o governo anunciou que o País se tornara credor externo é apenas parcialmente justificado. Enquanto estamos em uma situação mais confortável em relação à dívida externa, a interna continua incomodando. No ano passado, o Brasil gastou R$ 195,4 bilhões com pagamento de juros, como informou o Banco Central.